9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:1198-1



1198-1PARTEIRAS TRADICIONAIS: REALIDADE MÍTICA
Autores:Gláucia A. V. de Azevedo (UFPI - Universidade Federal do Piauí) ; Laureni Dantas de França (UFPI - Universidade Federal do Piauí)

Resumo

Introdução: Projeto de capacitação dirigido ao Movimento de Parteiras Tradicionais do Estado do Piauí em atividade de extensão da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP) em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí (SESAPI) e financiado pelo Ministério da Saúde, através da Programação Prioritária de Vigilância em Saúde. Foi considerada a diversidade sócio-econômica, cultural e geográfica, além da necessidade de adoção de diferentes modelos de atenção obstétrica e a formulação e implementação de políticas públicas que contemplem populações que vivem em situação de exclusão social e de difícil acesso aos serviços e ações de saúde. Objetivo: Reduzir a morbimortalidade materna e neonatal de acordo com as estratégias prioritárias do Pacto Nacional do Ministério da Saúde que visa melhorar as condições e qualidade da assistência oferecida por parteiras tradicionais à saúde integral da mulher durante o Ciclo Grávido Puerperal e recém-nato, assim como a humanização e assistência à mulher em seu domicílio. Metodologia: Foram realizadas ações sócio-educativas com base na prática da educação popular em saúde, com uso do Manual das Parteiras tradicionais do Ministério da Saúde, cujos conteúdos foram compartilhados em vivências locais, distribuídas entre 06 municípios do Estado. Utilizou-se o método da problematização do cotidiano do trabalho de 210 parteiras tradicionais, orientado pela Pedagogia defendida pelo educador Paulo Freire. Resultados: A capacitação significou uma ação de inclusão social através do reconhecimento do saber popular que foi articulado aos saberes técnico-científicos. Parteiras que adquiriram o saber tradicional de realização de partos por conta própria com as parteiras leigas, passaram a desenvolver suas ações apoiadas pelo Sistema Único de Saúde, ao valorizar os processos populares de suas práticas obstétricas, saberes, crenças e ritos para atender à mulher no período grávido-puerperal. Conclusão: As ações promoveram o resgate, a valorização, o apoio à qualificação e articulou o trabalho das parteiras tradicionais ao SUS. Dessa forma, possibilitou a preservação de seus saberes e práticas, bem como promoveu o encontro desses saberes com o conhecimento técnico-científico, recompondo e fortalecendo a identidade feminina: mulheres que cuidam de mulheres.


Palavras-chave:  atenção primaria, humanização, Parteiras tradicionais