Poster (Painel)
1179-2 | EXPONDO A PROBLEMÁTICA DE DST-AIDS NA AMAZÔNIA: PROJETO DE PESQUISA RELAÇÕES DE GÊNERO, SAÚDE E PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE: VULNERABILIDADE E A FEMINIZAÇÃO DA EPIDEMIA DO HIV-AIDS- EM BELÉM E BARCARENA. | Autores: | Ana Cleide Guedes Moreira (UFPA - Universidade Federal do ParáUFPA - Universidade Federal do Pará) ; Maria Eunice Figueiredo Guedes (UFPA - Universidade Federal do Pará) |
Resumo A investigação de situação de risco e vulnerabilidade das mulheres vivendo, ou não, com hiv-aids, no campo e na cidade, é um problema de pesquisa já presente na literatura, dada a realidade da feminização da pandemia, tal como vem sendo nomeada pelo campo interdisciplinar de saúde e, mais especificamente, pela produção de conhecimento na área de saúde coletiva.A feminização da epidemia do hiv/aids vem se constituindo um grave problema de saúde pública dado o aumento progressivo de mulheres infectadas, da crescente contaminação vertical e do elevado número de óbitos, exigindo a conjunção de esforços do Estado brasileiro, seus gestores, profissionais de saúde, pesquisadores sociais e cidadãos em torno de investimentos materiais e humanos significativos em medidas de caráter preventivo visando a redução de fatores de vulnerabilidade à infecção.A partir do caminho até aqui percorrido por nós, que teve como ponto de partida o deslocamento do perfil da aids, incluindo um número significativo de mulheres entre os casos notificados, fomos incitados a pesquisar os processos de subjetivação de mulheres expostas à contaminação por hiv/aids, obtendo como primeira conseqüência o fato de não encontrarmos razões para validar explicações reducionistas que apontam para o elo bissexual ou para a ligação com usuários de drogas injetáveis, como fatores da feminização da epidemia. A aids, esta estranha doença que resiste em se tornar familiar e fácil de enfrentar no cotidiano, parece ser tomada como “doença do outro”. Apenas em modos de subjetivação melancólicos temos observado a renúncia a este ideal e a adesão ao desejo de morte, perigoso habitante de modos de subjetivação caracterizados pela insuficiência imunológica psíquica, não pouco freqüente em usuários em internação hospitalar No percurso até aqui percorrido pela equipe, desenvolvendo pesquisa e ensino relatados em publicações, artigos e livros, concluímos que a sexualidade continua sendo palco de conflitos e que, para além dos números e estatísticas, salta aos olhos a urgência de se escutar o silenciamento das mulheres frente à aids, seja por medo, às vezes, horror, frente à possibilidade de morte física e psíquica. Neste sentido, a direção maior deste projeto é ampliar nossa investigação às mulheres que iniciam um percurso pela rede pública de saúde e que podem ser abordadas em uma pesquisa que sai dos muros hospitalares e vai literalmente, ao campo e à cidade, no intuito de escutar o que ali se passa. Palavras-chave: AIDS e vulnerabilidade, feminização da epidemia, sexualidade e saúde pública |