Resumo

Um componente importante das ações de garantia do direito humano à alimentação e da Segurança Alimentar e Nutricional é a Promoção da Alimentação Saudável (PAS) junto à população. A avaliação das experiências em PAS no município do Rio de Janeiro tem apontado a necessidade de formação de trabalhadores de saúde e de educação neste tema, como subsídio para suas ações no cotidiano. Nesta perspectiva, o Instituto de Nutrição Annes Dias da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil e o Instituto de Nutrição Universidade do Estado do Rio de Janeiro, desenvolveram o projeto Culinária, Saúde e Prazer, que teve como eixo central a promoção da alimentação saudável e como público de interesse profissionais das redes públicas de saúde e de educação. Na primeira fase do projeto (2003-2006) foi delineado e experimentado um método educativo que privilegiou a construção coletiva do conhecimento. O modelo consistiu em oficina estruturada em 4 etapas: vivência culinária, debate entre os participantes, encontro denominado "Temperando Conceitos" e um de avaliação. Com base nas avaliações, foi desenvolvida a segunda fase (2006-2009), objeto deste trabalho, que consistiu na construção de uma metodologia para formação de multiplicadores para a PAS na cidade do Rio de Janeiro. Esta fase envolveu 70 profissionais de todas as regiões da cidade entre professores, profissionais da Estratégia de Saúde da Família e gestores. Foi estruturada em 3 etapas: aproximação com o tema PAS e vivências culinárias; encontros mensais (13) para formação conceitual de temas demandados pelos participantes e construção de projeto de PAS para cada área; implementação de ações de PAS. Estas foram planejadas e compartilhadas entre a saúde e a educação em um período de 18 meses, culminando na realização de 13 oficinas culinárias, 10 seminários regionais abarcando cerca de 950 participantes e na criação de um blog. A metodologia desenvolvida proporcionou um espaço coletivo para a construção do conhecimento e planejamento das ações de PAS com parceria intersetorial e interinstitucional. A integração e a mobilização das redes de saúde e de educação propiciaram novas iniciativas locais e a criação de grupos de trabalho regionalizados. Este modelo vem sendo e pode ser aplicado em outras realidades.