9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:1151-1



1151-1Vivenciando e refletindo sobre a preceptoria de estudantes de Medicina na Rede Escola de Cuidado à Saúde de São Carlos-SP
Autores:José Quintino dos Santos Filho (PMSC - Prefeitura Municipal de São Carlos)

Resumo

CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: Em 2008 iniciaram-se atividades de preceptoria de estudantes do 3º ano da 1ª turma do Curso de Graduação em Medicina da UFSCar, por parte de médicos da Rede Pública de Saúde da cidade São Carlos-SP. Fomos convidados por sermos identificados como portadores de competência técnica específica e interessados em ações de ensino junto aos alunos. Os grupos de cada área foram submetidos a capacitações sobre metodologias ativas de ensino-aprendizagem, com o objetivo de viabilizar as práticas profissionais especializadas na formação dos estudantes. A preceptoria se desenvolve em diferentes cenários, cada qual com suas características e especificidades. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Éramos profissionais atuantes na rede pública e/ou privada, a maioria sem vivência prévia com quaisquer atividades de ensino. A atuação como preceptor, enquanto facilitador do processo de formação de ideias, conceitos e condutas se coloca como desafio e ao mesmo tempo, como oportunidade de atualização constante, nos remetendo a questionamentos sobre o quão distantes estamos de um modelo de saúde realmente inovador e resolutivo. O dia-a-dia em contato com os alunos nos confronta com as angústias, ansiedades e desejos que tínhamos enquanto estudantes e nos dá ânimo novo para colaborar com construção do que chamamos de “Rede Escola de Cuidado à Saúde”. EFEITOS ALCANÇADOS: A prática médica local, restrita ao terapeuta e paciente, adquire contornos de maior exposição, mostrando contradições entre teoria e prática, limitações individuais, condutas baseadas ou não em evidências e fragilidades de um sistema até então centrado no médico e que por meio de uma ótica metodológica nova, passa a ser vista como interdisciplinar. Esta, potencialmente, não mais entendida como base para prática de medicina defensiva, em que diluição de responsabilidades diminuiria a carga de cada especialista, mas sim como instrumento para a construção de medicina mais interativa, menos paternalista, com todos os atores cooperantes, objetivando a resolução das necessidades de saúde dos usuários, também concebidos como co-responsáveis. RECOMENDAÇÕES: A atividade de preceptoria deve ser percebida como oportunidade para que juntos - gestores, profissionais, docentes, estudantes e usuários - construam modelo de atenção à saúde tendo o SUS como referência, fazendo-se necessária a correta compreensão sobre quais são as atribuições, objetivos e abrangência de ações importantes à obtenção deste intento.


Palavras-chave:  Metodologias ativas, Trabalho em saúde, Preceptoria