Poster (Painel)
1145-1 | Reforma Psiquiátrica: vivências e reflexões acerca de uma unidade psiquiátrica | Autores: | Katiusci Lehnhard (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Laura Ferreira Cortes (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Juliane Heinrich (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Marlene Gomes Terra (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) |
Resumo A Reforma Sanitária no Brasil preconiza um modelo assistencial que prioriza a promoção da saúde e vem se consolidando por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Fundamenta-se na visão de saúde como resultante das condições de vida dos indivíduos. Neste contexto, encontra-se inserida a Reforma Psiquiátrica (2001), que visa desconstruir um modelo hospitalocêntrico e manicomial. Essa busca a desistitucionalização de usuários em sofrimento psíquico grave e o desenvolvimento de uma rede extra-hospitalar que garanta a reinserção social, a cidadania e o estímulo à autonomia redirecionando assim o modelo de Saúde Mental no Brasil. Aliado a este cenário, o trabalho em equipe de saúde encontra ferramenta teórico-prática em propostas como as Residências Multiprofissionais, cujo objetivo é desenvolver nos profissionais competências para atuarem de modo integral. Através da inserção como residentes em uma Unidade de Internação Psiquiátrica num Hospital Universitário na região central do estado do RS, desenvolveu-se este relato de experiência com objetivo de instigar reflexões acerca dos desafios presentes na consolidação da Reforma Psiquiátrica. Inicialmente, a inserção das profissionais residentes (enfermeira, psicóloga e terapeuta ocupacional) foi no intuito de visualizar possibilidades de intervenções a partir da demanda dos usuários, profissionais e coordenadores do serviço. Neste cenário foi possível perceber nas práticas que ainda predomina o modelo biomédico, centrado na doença e na medicalização. Estamos cerca de vinte anos do início desse movimento, por isso é necessário resgatar o “processo de constituição e princípios, refletir sobre as práticas que vêm tentando consolidar a reforma e ressaltar as questões e impasses atuais” (FRAGA, SOUZA, 2006, p 208). Assim, a ressocialização e reinserção social, muitas vezes, não têm sido efetivas. Observa-se ainda, que se trabalha distante da ótica de co-responsabilização do cuidado e da articulação com a rede social deste usuário. Isso tem dificultado a possibilidade de melhora de sua saúde mental e de sua vida. Ressalta-se que o fazer saúde mental, é uma tarefa que compete a todos os profissionais de saúde mental. Para tanto, entende-se que para produzir uma postura solicitada por um dos princípios do SUS, a integralidade, é preciso superar alguns limites do modelo biomédico para outro que se aposte na desconstrução desta lógica fragmentária. Palavras-chave: Reforma Psiquiátrica, Modelo Biomédico, Integralidade |