Resumo

Na intenção de sensibilizar mulheres para a realização de exame citopatológico, um grupo de profissionais da saúde planejou realizar um grupo educativo com mulheres de diferentes faixas etárias moradoras da comunidade da Vila Dique, Porto Alegre/RS, território de abrangência da Unidade de Saúde Santíssima Trindade (USST). Em 2005 a USST torna-se campo da Residência Integrada em Saúde (RIS), ampliando os olhares, para o desenvolvimento de métodos e técnicas grupais, onde o método de abordagem expositiva dialogada, subsidia a abordagem a partir da realidade das participantes, aprofundando a participação das integrantes nos encontros. Os temas sugeridos eram variados enfatizando a importância da atenção a saúde da mulher, principalmente ao que refere-se a coleta do exame citopatológico, o auto exame de mamas, as doenças sexualmente transmissíveis, a violência intra-familiar e o uso de métodos anticoncepcionais. No inicio os encontros eram realizados nas casas das mulheres, priorizando micro-áreas do território de menor atendimento relacionado à saúde da mulher. Contudo, também observou-se a necessidade de desenvolver encontros em locais estratégicos como o clube de mães e associação de moradores. A escolha dos temas, refletiram um olhar mais ampliado e integral da saúde da mulher. A definição do nome “coisas de mulher” também reflete esta nova identidade. Acontece dessa forma o fortalecimento do acolhimento como ferramenta para facilitar o acesso e a escuta das diferentes necessidades demandadas na USST. Utiliza-se também de técnicas mais lúdicas para o trabalho com o grupo, dentre elas, as técnicas teatrais. E, neste ano, priorizou-se a área em que algumas famílias foram reassentadas por ter-se identificado uma rede de apoio mais frágil. O objetivo inicial do grupo transformou-se ao longo do tempo e ampliou a sua proposta. Por ser um grupo interdisciplinar, flexível, permeável a mudanças vindas dos diferentes participantes permitiu olhar e trabalhar a integralidade. Este grupo possibilitou identificar lideranças, fortalecer vínculos, ampliar conhecimentos, referenciar profissionais e facilitar a aproximação da USST com as mulheres no sentido de promoção de saúde. Por fim, aponta-se o desafio de desenvolver este grupo continuamente, contribuindo para a formação de multiplicadores deste espaço.