9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:1132-1



1132-1Planejamento dialogado e técnicas participativas como ferramentas de mobilização e formação de agentes comunitárias/os de saúde
Autores:Lorena Marinho Silva Aguiar (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Vitoria Fang de Aguiar (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Karine do Rosário Reis Almeida (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Dyjane dos Passos (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Marisa Barletto (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Maria de Fátima Lopes (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Paula Dias Bevilacqua (UFV - Universidade Federal de Viçosa)

Resumo

Esse trabalho objetiva relatar a experiência do Projeto Educação Permanente para Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) de João Braz/Viçosa (MG) no desenvolvimento e utilização de práticas metodológicas participativas. A elaboração e execução desse projeto se iniciou no segundo semestre de 2009, a partir de atividades desenvolvidas pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero da UFV. Partindo da visão de educação permanente como problematizadora do processo de trabalho, refletindo sobre a realidade do serviço e das necessidades existentes, foram pensadas oficinas temáticas que abordassem diferentes assuntos, tais como: cidadania, ética, controle social, participação popular, princípios do SUS, conceito de saúde, o trabalho das/dos ACS, saúde sexual-reprodutiva, relações de gênero, dentre outros. Inicialmente, as atividades foram pensadas com o uso de técnicas já consagradas, como as de diagnóstico rápido-participativo (DRP). Porém, com a vivência do projeto, identificou-se a necessidade de se adaptar e criar técnicas mais próximas das necessidades específicas do grupo de ACS. Essas atividades foram construídas em processo dialógico com as agentes, objetivando a reflexão e troca de conhecimentos, compreendendo-as como detentoras de saberes e mobilizadoras sociais. Para que as atividades fossem dinâmicas, atrativas e participativas, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre os temas abordados e a técnica de DRP intitulada Caminhada Transversal, possibilitando caracterizar a área de atuação das agentes. Um dos principais desafios enfrentado pela equipe foi pensar atividades que estimulassem a participação ativa das ACS, o que não foi alcançado em todas as oficinas realizadas. As atividades que demandaram leitura e escrita foram as que mais tiveram resistência por parte das ACS. Por outro lado, atividades mais lúdicas, como representação teatral, foram mais bem recebidas e alcançaram expressiva participação. Até o momento, foram realizadas oito oficinas temáticas, caminhadas transversais e mobilização das agentes para participar da Conferência Municipal de Saúde de Viçosa, ocorrida em setembro de 2009. A experiência vivenciada nesse projeto indica que é fundamental a construção coletiva de uma agenda de trabalho em atividades de educação permanente em saúde, a adoção/adaptação de técnicas inclusivas de intervenção e a seleção de temáticas que problematizem aspectos da realidade social e de trabalho de cada equipe de ACS.


Palavras-chave:  Educação, Saúde, Metodologias participativas