9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:1129-2



1129-2Rede de atenção a Saúde Mental: uma análise das territorialidades, redes sociais e “nós”
Autores:Erika Guerrieri Barbosa (UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce) ; Maria Aparecida Sá Xavier (UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce)

Resumo

Com a reforma sanitária e a reforma psiquiátrica no Brasil, surge a necessidade de descentralização das ações da saúde mental, fazendo com que questões de ordem social, demográfica e organizativas sejam fundamentais para a gestão desta no território, considerando este como ambiente de relações. Assim foram organizados os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) para dar suporte clínico aos usuários se articulando com as Estratégias de Saúde da Família (ESF). Entretanto, visualizamos freqüentemente alguns problemas rotineiros que emergem nestes serviço, como recidivas de crises, maus tratos, falta de adesão aos tratamentos, bem como abandono dos serviços de atenção primária pelos usuários desses serviços. Objetivo: Compreender os nós e atritos, bem como os aspectos das territorialidades expressas e percepções de um grupo de usuários de saúde mental e do serviço de saúde mental no tocante à assistência em saúde mental, na atenção primária. Metodologia: Será utilizado o método etnográfico (etnografia interpretativista de Geertz-hermenêutica) adaptado à Geografia (leitura do espaço social construído)-etnogeografia. Esta foi escolhida com a finalidade de compreender estas percepções e territorialidades (como uma ação). Resultados: Nas visitas de campo preliminares, identificamos o território geográfico, a estrutura e organização da Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) a ser pesquisada, bem como suas rotinas e área de abrangência. Algumas falas nos mostram uma resistência e preconceito por parte da equipe de saúde para operacionalizar ações de promoção de saúde, prevenção e controle de crises nas unidades. Há ainda uma desarticulação da UAPS com o serviço de saúde mental. Essa UAPS é matriciada por uma equipe de saúde mental de atenção primária e nota-se que toda a responsabilização pelos usuários passou a ser dessa, o que pode prejudicar o vinculo dos usuários. Novas perguntas surgiram e as visitas e convívio com a equipe continuam e daremos inicio ao convívio com usuários com diagnóstico de esquizofrenia em nova etapa. Conclusão: O uso da antropologia para identificação das territorialidades expressas é fundamental para que possamos programar ações que atinjam a necessidade dos usuários, principalmente de saúde mental. Assim vinculando o território, as relações estabelecidas neste e as necessidades e espacialidade dos usuários poderemos, talvez nos aproximar de uma ação à saúde mental mais humana e integral.


Palavras-chave:  Saúde Mental, Atenção primária, Territorialidade