Resumo

O Fisioterapeuta vem adquirindo crescente importância nos serviços de atenção primaria á Saúde, conquistando espaços nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) e/ou nos Núcleos de Apoio ao Saúde da Família (NASF). Entretanto a histórica formação voltada para reabilitação muitas vezes desarticulada com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, trás como conseqüência limitação da visão e das ações deste profissional neste nível de atenção. Assim com objetivo de ampliar a visão e as ações do Fisioterapeuta na ESF, tornando-as mais coerentes aos princípios de acessibilidade, centralização na família e integralidade, foi inserido no 2° e 4° período do curso de fisioterapia as disciplinas de praticas especiais. Metodologia: No 2° período a disciplina trabalha o conceito e a identificação do território, onde os alunos conhecem uma unidade de atenção primária e acompanham um usuário no seu território, a fim de entender como são as territorialidades e relação de poder no território da saúde. Como produto final da disciplina temos a cartografia de alguns usuários que nos permite visualizar graficamente suas relações, barreiras e percurso em busca dos serviços de saúde, possibilitando a identificação de componentes sociais diretamente relacionados ao adoecimento. Já no 4° período, os alunos utilizam a abordagem centrada na família expressa graficamente no genograma, para quebrar o ciclo de analise individual especifica para queixa física, passando a analisar o ambiente, contexto familiar e social do usuário,como determinante de saúde. Essa pratica possibilita a construção de um projeto ou programa terapêutico para atender as demandas individuais e familiares de promoções, prevenção e reabilitação com metas estabelecidas a curto, médio e longo prazo. Resultados: A integração das disciplinas com o estágio de saúde publica do 7° periodo desencadeou uma mudança de concepção da fisioterapia na Atenção primária nos alunos melhorando a abordagem terapeutica e a resolitividade, possibilitando uma discussão mais ampliada de trabalho em equipe e as questões relacionais e sociais que somatizam ou determinam queixas físicas. Conclusão: A visão ampliada dos aspectos sociais, considerando o território em constante mudança e a família como centro da atenção nas ESF, possibilita a compreensão e ampliação das ações da fisioterapia, bem como sua consolidação enquanto parte da equipe, sendo a formação o eixo norteador e o elo entre o ensino e o serviço.