Resumo

O processo de produção social da saúde, a promoção a saúde, a vigilância em saúde e o controle social são cotidianamente discutidos por profissionais de saúde, mas podem ser concepções pouco compreendidas no meio escolar e familiar. No entanto, o Projeto Creches Saudáveis do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar de Santa Catarina desenvolveu atividades em oito Unidades de Educação Infantil com esse propósito, coletando dados relacionados à saúde da criança, à comunidade e ao espaço escolar. A elaboração do instrumento denominado Contagem do Potencial de Saúde surge com o objetivo de dar ênfase às características que potencializam o saudável e não a doença, ou mesmo com sua presença, o enfoque é garantir a promoção da saúde. Para isto, foram retomados os diagnósticos: Territorialização dos arredores da creche, Antropometria da criança, Diagnóstico de Saúde Geral Individual, Diagnóstico Escolar, Diagnóstico do Espaço Escolar e Diagnóstico da UAN, elaborados e coletados pelo Projeto para formar os indicadores da Comunidade, de Saúde Geral e do Escolar. A construção dos indicadores foi pautada no agrupamento de fatores associados aos problemas de saúde (que recebiam pontuação positiva) e fatores associados à promoção da saúde (que recebiam pontuação negativa). A pontuação final alcançada por meio da soma pode classificar o indicador como adequado ou precisa melhorar. O resultado de cada indicador foi discutido com profissionais de saúde em reuniões de área. Os familiares receberam o resultado por escrito, sendo que o texto personalizado reforçava a manutenção dos fatores protetores e apontava como reverter os fatores associados às doenças. O Contagem do Potencial de Saúde permitiu discutir que podemos diminuir os fatores associados à doença ou fortalecer os fatores protetores, contribuindo para a promoção à saúde. Percebeu-se que a utilização do Contagem do Potencial de Saúde nas reuniões de área das equipes de saúde da família auxiliou na discussão do caso e nos encaminhamentos necessários. Sua entrega para os pais ou responsáveis ampliou a discussão de saúde e possibilitou o controle social. No espaço escolar, a discussão ficou limitada no âmbito da vigilância em saúde e controle social, pois os dados dos diagnósticos apresentados em reuniões pedagógicas teriam maior efeito no planejamento situacional dos temas que foram inseridos nas diretrizes curriculares. Uma explicação para isso parece ter sido o pouco tempo para esse apoderamento.