Resumo

Introdução: O Centro de Atenção Psicossocial é um serviço de atenção diária, substitutivo ao modelo hospitalocêntrico, que preconiza um atendimento em liberdade entendendo o usuário como cidadão pleno para atuar na comunidade, e as equipes de profissionais que atuam no CAPS constituem um papel importante como atores transformadores na reabilitação. Sendo assim o cotidiano do trabalho possibilita inventar outros modos de funcionar, organizar e articular a atenção em saúde mental promovendo a inserção das pessoas com transtornos mentais, para consolidar a Reforma Psiquiátrica. Objetivo: Avaliar a satisfação dos usuários e familiares em relação à equipe e organização dos serviços no processo de trabalho do CAPS. Metodologia: Esta pesquisa trata-se de uma Avaliação do Centro de Atenção Psicossocial da região sul (CAPSUL). Através de um estudo qualitativo de avaliação de quarta geração construtivista e responsiva. Os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas com a equipe (10-26), familiares de (10-14) e usuários de (10-13) e observação de campo entre 282 a 650 horas através de uma escolha intencional foram selecionados cinco CAPS de cinco municípios para estudo de caso. Resultados: Para os familiares e usuários o atendimento no CAPS é realizado por profissionais qualificados, o serviço organizado no planejamento e execução das ações, os usuários relatam um atendimento resolutivo que promove a integração entre as pessoas. A equipe está comprometida com a ressignificação do portador de sofrimento psíquico, e com o seu reconhecimento na sociedade como uma pessoa livre de qualquer preconceito ou estigma. Nesse modelo de atenção o sujeito é o principal participante, a inserção social, cidadania e a liberdade são os resultados buscados no serviço. A organização da equipe e a forma com que o trabalho é desenvolvido são satisfatórias e de alto nível de comprometimento revelando engajamento e responsabilização cotidiana com o processo de reforma psiquiátrica. Conclusão: O modo de organização do trabalho nas equipes existentes nestes serviços substitutivos compõe equipes interdisciplinares que defendem os objetivos da reforma psiquiátrica, visa romper com a prática limitada, diminuir a dependência institucional e aumentar os laços sociais para isso, busca contar com a contribuição de diferentes saberes e práticas. Recriar modos de viver a vida, reinventar a prática, constituir parcerias, são metas perseguidas por estas equipes no dia a dia do serviço.