Resumo

Introdução: O resgate de hábitos e práticas alimentares regionais relacionados ao consumo de alimentos produzidos em nível local devem ser priorizados (BRASIL, 2009). Objetivos: Associar o consumo diário de alimentos das famílias de crianças pré-escolares com a escolaridade do chefe da família e o número de moradores no domicílio. Métodos: Optou-se pela abordagem quantitativa desenvolvido em uma UBSF que atende dois distritos localizados na zona rural de um município do Ceará no mês de junho 2009. A amostra foi constituída por toda a população das 200 famílias de crianças na faixa etária de três a seis anos (pré-escolar) atendidas na referida unidade. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de um questionário que abordou dados sociodemográficos e os tipos de alimentos consumidos diariamente. Para tabulação dos dados, utilizou-se o Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 13.0. A análise exploratória dos dados constou de testes estatísticos descritivos. A pesquisa foi realizada consoante aos princípios éticos que envolvem seres humanos, de acordo com a Resolução nº196/96, tendo o projeto aprovado sob o parecer de nº 98/09. Resultados: Das 200 famílias participantes, 109(54,5%) tinham de dois a quatro moradores na residência e 97(48,5%) concluíram o ensino primário. Os principais grupos de alimentos consumidos diariamente pelas famílias foram: 199 (99,5%) consumiam cereais, 78 (39%) tubérculos e raízes, 171(85,5%) leite, 127(63,5%) verduras e legumes, 181(90,5%) leguminosas, 142 (71%) carnes e 129 (64,5%) embutidos e 91(45,5%) refrigerantes e sucos industrializados. Houve associação estatisticamente significativa entre a escolaridade e grupo das frutas e sucos naturais (p=0,000) e verduras/legumes (p=0,001). Ainda, constatou-se associação estatisticamente significativa entre o consumo alimentar diário de grupo de carne e o número de moradores no domicílio (p= 0,001). Conclusão: Pode-se constatar que as famílias tem consumido diariamente alimentos nutritivos que podem favorecer no crescimento e desenvolvimento infantil. É oportuno conhecer cada vez mais o perfil alimentar da clientela a ser assistida, a fim de propor ações educativas plausíveis para o contexto da zona rural.