Resumo

Caracterização do problema: A Estratégia de Saúde da Família (ESF) trabalha com território de abrangência e realiza o cadastramento e acompanhamento da população adstrita a esta área. Compete aos trabalhadores conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas. A partir disto é possível planejar ações de saúde e intervenções na comunidade. Em Unidades de Saúde sem ESF, esta atividade não ocorre, tendo como conseqüência um desconhecimento da situação das famílias moradoras da área e um insuficiente reconhecimento do território. Com a inserção dos residentes multiprofissionais em Saúde da Família e Comunidade em Unidade sem ESF, foi proposto realizar o cadastramento das famílias e mapeamento de um setor censitário da área adstrita à mesma, para proporcionar aos residentes a vivência do cadastramento e diagnóstico situacional da população de uma micro-área. Descrição da experiência: Após capacitação da equipe, os residentes utilizaram a Ficha A do Sistema de Informação da Atenção Básica para cadastrar famílias, realizando reconhecimento da área e coleta de dados através de visitas domiciliares. Efeitos alcançados: A partir do mapeamento foi possível reconhecer os principais indicadores de saúde, situação familiar e dos domicílios na comunidade, principalmente através dos relatos dos usuários. Foi construído um mapa ilustrativo, onde se destacou em cada local cadastrado as principais patologias dos usuários, possibilitando uma visão singular das condições de saúde da comunidade. A construção da atividade em parceria com a equipe da Unidade de Saúde fez com que fosse demonstrada a importância de se mapear a área de adscrição da Unidade, proporcionando uma ampliação do olhar dos residentes frente à comunidade e uma aproximação com a mesma. Recomendações: A partir da experiência, recomenda-se a possibilidade de uso da ficha A para iniciar o planejamento com uma visão da própria da realidade local, a partir dos principais indicadores levantados em todo o processo. Nesta comunidade, pretende-se aplicar a escala de risco de Coelho para verificar as famílias com maior vulnerabilidade social, promovendo uma melhoria dos indicadores de saúde e qualidade de vida da população.