9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:1057-1



1057-1AUTONOMIA E POLITICAS PUBLICAS. EXPERIÊNCIA DO CURSO DE SAUDE DO M.S.T - RJ
Autores:Francisco Martinez Yanez (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Donati Canna Caleri (ASBAMTHO - ASSOCIAÇÂO SINO BRASILEIRA DE ACUPUNTURA) ; Julia Maria do Rosario (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Ivi Tavares Abrahão Castillero (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Debora Figueira da Silva (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Maria Luisa da Silva (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Maria Helena Rodriguez Dutra (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Adair Pereira (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Leticia Mendes Ricardo (ENSP - ESCOLA NACIONAL DE SAUDE PUBLICA SERGIO AROUCA) ; Maria das Graças Silva de Oliveira (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Andreia Lemos de Oliveira (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ; Beatriz Silva do Nascimento (MST - RJ - Setor de Saúde Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)

Resumo

Caracterização do problema: Frente à necessidade de construir um Coletivo de Saúde para discutir e enfrentar os principais problemas e demandas de saúde no campo, organizar um setor que esteja presente nos acampamentos e assentamentos de Reforma Agrária no Estado, conquistar autonomia nos cuidados de saúde com práticas acessíveis e populares e defender as conquistas sociais, o MST – RJ vem organizando desde 2006 um curso de formação de Agentes de Saúde. Experiência: O Curso é organizado em 8 etapas (800h) e utiliza a metodologia da alternância, sendo realizado durante10 dias a cada 2 meses, intervalo em que os educandos retornam à suas áreas e praticam / multiplicam o que foi estudado no Curso. Tem como foco: a) terapias naturais: exercícios corporais, shiatsu, moxabustão, acupuntura e uso de plantas medicinais; b) políticas públicas em saúde; c) promoção e prevenção em saúde e primeiros socorros; d) agroecologia. A primeira turma aconteceu entre 2006 e 2008 e a segunda entre 2008 e 2010. Ao todo foram formados 20 terapeutas populares, sendo os educandos da primeira turma os educadores da segunda. O Curso foi autosustentado com produtos fitoterápicos e fitocosméticos produzidos durante o mesmo. Efeitos: - Observou-se uma apropriação do saber e democratização do mesmo ao ser multiplicado; - O saber popular presente sobretudo no uso das plantas medicinais foi respeitado e incorporado permanentemente no Curso; - As diversidades (idade, sexo, escolaridade, experiências, necessidades) foram respeitadas e estimulada a troca de saberes. - A experiência ocorreu num contexto de luta pelas políticas públicas de Reforma Agrária e de saúde com uma permanente defesa do Sistema Único de Saúde. A experiência do Curso nos permitiu discutir um conceito de saúde no qual a autonomia individual e coletiva é central para lutar contra as opressões. Num momento de crise ambiental no mundo, a defesa e apropriação de terapias naturais e da biodiversidade constituem elementos centrais para a defesa da vida no planeta. A apropriação coletiva do saber e a democratização do mesmo constituem elementos que combatem o modelo hegemônico medicalizante que concentra o conhecimento nas mãos dos profissionais de saúde. Desafio: Para os movimentos sociais a luta pela autonomia não se contrapõe com a luta pelas Políticas Públicas. Ao resgatar nossos saberes, valores e tradições aumentamos nossa força e auto-estima; assim fortalecidos e organizados lutamos por nossos direitos.


Palavras-chave:  AUTONOMIA, POLITICAS PUBLICAS, AGENTES DE SAUDE