1051-1 | PROBLEMATIZANDO POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DO TRABALHADOR: A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO E GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE | Autores: | Amanda Pereira de Carvalho Cruz (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Alcindo Antonio Ferla (UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULUFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Paulo de Tarso de Oliveira (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) |
Resumo As modificações do capitalismo levam a produção de novas subjetividades, pela via do agenciamento de forças que é dinâmico e móvel. A questão da saúde dos trabalhadores foi emergindo sendo objetivada por diversas práticas, se tornando algo cada vez mais discutido e suscitado pelos movimentos sindicais e pró-trabalhadores, gerando diferentes repercussões no âmbito das relações de trabalho contemporâneas. Para compreendermos o processo pelo qual a saúde dos trabalhadores atua nos processos contemporâneos de subjetivação é necessário dar visibilidade para as estratégias de gestão da saúde em diferentes feições, através do desenvolvimento de políticas públicas. No Brasil, isto se realiza com a regulamentação da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (PNSST) de 2004, que vem sendo inserida gradativamente no país. No Pará, esta política ainda encontra-se em desenvolvimento, uma vez que ainda há intensos debates e organizações que procuram articular a PNSST com as peculiaridades do Estado, produzindo uma emergente Política Estadual de Saúde do Trabalhador. Este trabalho se propõe a problematizar as práticas que produzem processos de subjetivação do “sujeito-trabalhador” pautados em dispositivos biopolíticos, a partir da gestão do cuidado em saúde do trabalhador no Brasil, considerando seus efeitos no Estado do Pará, concebendo a importância de se desvelar as práticas cotidianas existentes no cuidado em saúde do trabalhador no país e no Estado. Neste sentido, está sendo desenvolvida a análise dos documentos referentes ao campo da saúde no trabalho no Brasil, partindo do método genealógico formulado por Michel Foucault, uma vez que se considera os documentos como importante operador analítico das tecnologias de poder e governamentalidade. Observa-se que a produção e o discurso desenvolvido na PNSST insere séries discursivas em torno do conceito de risco, o que delineia uma gestão da saúde pautada na racionalidade médica clássica, com moldes na medicalização e focada em procedimentos. Entretanto, novas séries discursivas se apresentam, permeando as possibilidades de construção de uma gestão do cuidado em saúde do trabalhador que viabilize a integralidade da atenção. Analisando tais aspectos, é possível repensar o desenvolvimento de estratégias em saúde para a emergência de novas práticas de resistências, desnaturalizando estratégias de governamentalidade direcionadas ao trabalho e potencializando novas práticas em saúde. Palavras-chave: cuidado em saúde, políticas públicas, Saúde do Trabalhador |