Resumo

A realização de atividades educativas visando sensibilizar a comunidade tem sido uma prática constante no cotidiano de saúde em um município no interior da Bahia. Anualmente, a Secretaria de Saúde mobiliza profissionais para uma ação coletiva em Praça pública com atividades educativas para esclarecer dúvidas da população identificadas no cotidiano dos serviços de saúde. Este trabalho se caracteriza como um relato de experiência de uma feira de saúde realizada no ano de 2009 que buscou sensibilizar a população sobre as principais causas e medidas de prevenção para alguns tipos de câncer. O grupo de trabalho foi composto por profissionais da Estratégia de Saúde da Família e estudantes da área de saúde, como voluntários. A estrutura contou com sete estandes, nos quais foram fornecidas orientações sobre os tipos de câncer de maior incidência no município nos últimos cinco anos: de próstata, de mama, do colo uterino, de pulmão, de pele, do aparelho gastrointestinal e de boca. As atividades se materializaram sob a forma de palestras, rodas de conversa, cine-debate, dramatizações e distribuição de material informativo orientando acerca da prevenção e importância de procurar o serviço de saúde para esclarecimentos e monitoramento de casos suspeitos. Observou-se uma expressiva participação da população local e de municípios circunvizinhos, vez que o evento foi realizado no dia em que ocorre a feira livre, ocasião na qual o município conta com um grande fluxo de pessoas, inclusive aquelas advindas da zona rural. O evento permitiu a divulgação de informações relevantes sobre os tipos de câncer eleitos, visto que na rotina das unidades de saúde são abordados de forma muito discreta, exceto o câncer de colo uterino e o câncer de mama. Diante da possibilidade de que o câncer resulte numa condição crônica, a educação, com vistas a promoção da saúde e prevenção de complicações, não pode consistir apenas na transmissão de informações, mas, também considerar o contexto sóciocultural dos indivíduos, seus valores, crenças, conhecimentos e comportamentos. Assim, a compreensão do papel da educação em saúde, no âmbito do SUS, pelos profissionais e comunidade se constitui como um importante elemento para a promoção da saúde. Portanto, torna-se necessário que os profissionais assumam esta função no cotidiano de suas práticas, não como ação complementar, mas integrada no "cuidar", dando às ações educativas o mesmo valor das demais dimensões do processo de trabalho em saúde.