Resumo

Introdução: O trabalho em equipe é um tipo de organização que se tem escolhido para trabalhar em saúde, contribuindo para lidar com a complexidade da produção do trabalho e criar intervenções sobre o processo de saúde-doença (In. MATUMOTO, 2005). Nesta perspectiva os Sistemas de Informação em Saúde atuam no acompanhamento integral, assegurando a avaliação permanente da situação de saúde da população e resultados das ações executadas, fundamentais para o acompanhamento, controle e repasse de recursos (SILVA e LAPREGA, 2005). O Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) foi implantado em 1998 pelo Ministério da Saúde. Apesar do advento da Estratégia Saúde da Família (ESF), foi observado que predomina, na realidade da ESF, um trabalho centrado na lógica dos procedimentos curativos e administrativos. Essa constatação motivou um projeto de criação de espaço de discussão nas equipes. Objetivos: Relatar a experiência de oficinas realizadas a respeito de equipe, processo de trabalho e sistemas de informação com três equipes de saúde da família de uma Unidade de Saúde de Londrina/PR. Metodologia: Foram realizadas três oficinas multiprofissionais. Sendo a primeira com duração de quatro horas, e as demais de duas horas cada. Participaram um médico, uma enfermeira, duas auxiliares de enfermagem e cinco agentes comunitários de saúde. Os facilitadores da discussão foram residentes multiprofissionais em Saúde da Família (duas Enfermeiras, uma Odontóloga, uma Fisioterapeuta, um Profissional de Educação Física e uma Psicóloga). Discussão: Em oficina introdutória contextualizou-se a ESF para que a discussão sobre o SIAB fosse ampla e contemplasse a construção de índices de saúde que inspirassem a criação de ações de Prevenção e Promoção da saúde. Durante as discussões notou-se que o médico e o auxiliar de enfermagem tinham a percepção de que a ESF seria somente para a realização de visitas domiciliares. As equipes colocaram o papel das reuniões de equipe como espaço para a discussão de assuntos como a ESF, o SIAB, indicadores, entre outros em que pudessem discutir o trabalho conjuntamente. Considerações finais: Essas oficinas procuraram a interação entre os membros das equipes, reflexão sobre educação permanente em saúde, criação de espaços abertos para o diálogo e a necessidade de promover aproximações de temas que fazem parte do cotidiano das equipes.