9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:1023-1



1023-1ESTUDO DAS DEMANDAS MASCULINAS EM UM MÓDULO DO PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA EM NITERÓI-RJ: em questão a acessibilidade do homem pelos serviços de atenção básica de saúde
Autores:Max Moura de Oliveira (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Donizete Vago Daher (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Jorge Luiz Lima da Silva (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Em 2008, foi formulada a Política Nacional Atenção Integral de Saúde do Homem, com propósito de nortear as ações de saúde a estes sujeitos reconhecendo-se que a mesma é um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros. Assim o objeto de estudo é a acessibilidade da população masculina a um setor de um Módulo do Programa Médico de Família (PMF) de Niterói-RJ. Objetiva-se traçar o perfil sócio-demográfico de homens cadastrados no Módulo do PMF; e descrever a freqüência do acesso às atividades ofertadas. A abordagem é quantitativa e os dados foram apreendidos nos prontuários de homens cadastrados e com idade entre 25 e 59 anos. Os dados sofreram análise estatística e os resultados preliminares apontam em relação ao perfil sócio demográfico e de morbidade: 52,8% se declaram brancos, 64,9% são casados, 32,6% estão na faixa etária entre 31 e 40, 51,7% são contribuintes da seguridade social, 54,2% possuem fonte de renda regular e 36,4% não concluíram o ensino fundamental. Em relação a residência 89,2% moram em logradouros próximos ao Módulo. Tratando do perfil de morbidade os dados referem-se a dois momentos. O primeiro é sobre o problema de saúde referido no ato do cadastro. Esse informa a doença pré-existente. Evidenciou-se que 71,9% não referiu a presença de doença naquele momento. Os demais, 10,5% se referiam a doenças crônicas. O segundo momento descreve questões relacionadas a acessibilidade às atividades ofertadas. A procura por atendimento desde o momento do cadastro é baixo, 67,2% deles procuraram o serviço em um numero inferior a 10 atendimentos em um período médio de 3 anos anos. Tratando do motivo da busca do primeiro atendimento, observou-se que 39,3% dos homens incluem-se na busca de rotina clínica e 15,8% em busca de serviço de pronto atendimento. Um expressivo número, 54,9 %, não procurou nenhum tipo de atendimento. Conclui-se que há necessidade de ultrapassar concepções que apontam o homem como sexo forte (ou saúde forte) que o afasta dos serviços de saúde e de inserir a temática na educação continuada, tanto no que tange a capacitação de profissionais quanto no desenvolvimento de estratégicas para cuidar de modo específico destes sujeitos. Ressalta-se, também, a importância de realizar estudos com os homens que nunca freqüentaram a unidade básica de saúde e rastrear seu perfil com propósito de diagnosticar precocemente doenças que podem ser tratadas, controladas ou ter seu desenvolvimento adiado.


Palavras-chave:  Acesso ao serviço, Atenção básica, Saúde do homem