Resumo

A puericultura tem como objetivo o acompanhamento da criança, visando o desenvolvimento físico e mental nos primeiros anos de vida. Busca diminuir a taxa de mortalidade infantil com a prevenção do desmame precoce, vacinação, identificação de alterações no desenvolvimento e orientação do cuidado. Para orientar o acompanhamento à criança, a rede de atenção básica à saúde em Londrina possui um protocolo clínico, o qual intercala o atendimento entre equipe de enfermagem e pediatra. É nesta ótica que a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Lindóia Londrina/PR organiza a puericultura. Porém, constatou-se que o início da puericultura estava sendo realizado no tempo adequado. De acordo com o fluxo da unidade, a gestante era instruída a procurara a unidade logo após o parto para agendar a primeira puericultura que seria realizada na unidade. Mas a experiência mostrou que a chegada da criança trazia com ela muitas mudanças na rotina familiar, isso, somado ao desgaste do parto fazia com que a procura da UBS ficasse em segundo plano. Esta situação foi apontada como problema pela Equipe de Saúde da Família (EFS), que propôs que o primeiro atendimento à criança seria domiciliar. A nova lógica de atendimento iniciou-se desde acompanhamento às gestantes durante o pré-natal, quando a equipe tinha conhecimento da data provável do parto. De posse desta informação as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) priorizaram o acompanhamento às gestantes que estavam mais próximas do parto. Cada ACS era responsável por comunicar a equipe o quanto antes do nascimento de uma nova criança em sua área. Com essa informação, enfermeira e ACS realizavam a primeira puericultura em visita domiciliar. A equipe se organizou de forma a atender as necessidades do binômio mãe–filho, priorizando os com maior vulnerabilidade. Observamos que a puericultura domiciliar, além de garantir o cuidado já realizado na unidade, ampliou este, com orientações que só se foram possíveis pela presença da equipe na casa da família. Com esse trabalho a ESF conseguiu iniciar a puericultura antes dos primeiros 15 dias de vida da criança, identificando riscos e vulnerabilidades, de modo que as próximas puericulturas fossem agendadas na unidade, porém, com cuidado singular às necessidades das mães e crianças.