981-2 | Estudo das representações acerca da presença do acompanhante de crianças hospitalizadas em um serviço público de pediatria: A visão dos profissionais de saúde e dos acompanhantes | Autores: | Angela Hygino Rangel (ESS/UFRJ - ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL UFRJ) |
Resumo RESUMO: Buscamos, neste trabalho, atualizar as representações relativas à presença do acompanhante de crianças hospitalizadas, em hospital público, a partir da investigação centrada no ponto de vista dos acompanhantes e dos profissionais de saúde. A pesquisa foi realizada no Serviço de Pediatria de um hospital público situado no município do Rio de Janeiro. Utilizamos a abordagem qualitativa, ancorada no método etnográfico. A observação participante foi adotada para a realização do trabalho de campo. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com profissionais e acompanhantes. A categoria ‘representação social’ foi utilizada para compreender os diferentes significados que os profissionais de saúde e os acompanhantes atribuem à presença do acompanhante. O estudo mostrou que nos discursos, as representações dos acompanhantes e dos profissionais de saúde acerca da permanência do acompanhante no serviço configuram visões comuns e visões particulares, ambivalentes e, às vezes, contraditórias, sendo todas inspiradas no princípio de cuidar e proteger a criança. Entretanto, paradoxalmente, na prática, alguns profissionais demonstraram o quanto àquela presença pode ser incômoda e refletir, negativamente, no seu trabalho. Por outro lado, a defesa que alguns profissionais fizeram da presença dos acompanhantes esteve diretamente relacionada à ajuda que estes ofereciam ao pessoal de enfermagem. Os acompanhantes percebem sua presença como um fator constitutivo da assistência médica prestada a criança. Esta foi a diferença mais significativa, relacionada à visão da presença dos acompanhantes, entre os próprios acompanhantes e os profissionais. Por parte dos profissionais de saúde não se verificou uma representação cuja qualidade incorporasse os acompanhantes como parte integrante e constitutiva do trabalho médico-assistencial desenvolvido.
Palavras-chave: crianças hospitalizadas |