Resumo

CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: No Brasil, a alta demanda nos serviços de emergências hospitalares (SEH) tem exigido produtos e procesos cada vez mais complexos e onerosos que dificultam à organização do fluxo e à qualidade do atendimento. No modelo tradicional, o cliente que adentra o SEH, muitas vezes não é atendido de acordo com a necessidade do seu agravo, mas pela ordem de chegada. Para minimizar esse modelo de atendimento, o Ministério da Saúde (MS), lançou a Política Nacional de Humanização (PNH) que reza pelo Acolhimento com Classificação e Avaliação de Risco (ACAR) nos SEH. DESCRIÇAO DA EXPERIÊNCIA: O presente estudo corresponde ao período de julho/2007 a maio/2009 e tem como objetivo relatar sobre o processo de implantação do sistema Acolhimento com Classificação e Avaliação de Risco em um Pronto Socorro e os instrumentos de organização de fluxo utilizados. O referido serviço é parte da Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos (SCMO), situada no interior paulista. À implantação do ACAR, foi criado um Grupo de Trabalho (GT) que durante oito meses realizou reuniões para sensibilização e treinamento, obteve recursos físicos e humano para atuar nesse sistema e, organizou o fluxo de pacientes para o atendimento, utilizando-se de Fluxogramas Funcionais (FF)que, depois de alguns ajustes, resultaram em Fluxograma Analisador (FA). O FA, dentre outras funções possibilita visualizar, globalmente, o fluxo de atendimento e detectar os gargalos/problemas existentes. A implantação do ACAR foi acompanhada por duas reuniões com consultores do MS, além de visitas em instituições, onde o sistema já estava consolidado. EFEITOS ALCANÇADOS: A implantação do ACAR e o seu monitoramento através do FA proporcionaram ao PS da SCMO, gerir o serviço com qualidade e para a qualidade. Atualmente, embora de forma empírica, se observam que no local há organização e humanização dos trabalhadores e dos usuários. Os resultados preliminares de uma Pesquisa de Opinião, realizado em 2009, parecem comprovar esse dado. RECOMENDAÇÕES: Recomenda-se a implantação do ACAR em todos os SEH, através da criação de um GT e utilização do FA, pelo fato de que o primeiro lidera o processo de implantação, monitoramento e obtenção de recursos junto à Alta Direção e o segundo, por ser uma ferramenta potente à gestão de fluxo, otimiza o atendimento no ACAR, favorecendo as práticas de humanização e de qualidade no atendimento, preconizadas pelo SUS.