9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:969-3


Poster (Painel)
969-3SAÚDE COMO CONDIÇÃO DE CIDADANIA: CONHECENDO TERRITÓRIO E SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA EM EUNÁPOLIS/BA
Autores:Livia Angeli Silva (IFBA - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da BahiaPPGES-UESB - Programa de Pós-graduação em Enfermagem e Saúde) ; Maria Emília dos Santos Gonçalves (IFBA - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia) ; Cezar Augusto Casotti (UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da BahiaPPGES-UESB - Programa de Pós-graduação em Enfermagem e Saúde)

Resumo

A eficácia das ações de saúde na atenção básica está pautada no reconhecimento do território-processo da área de abrangência. O conhecimento da situação de saúde-doença é imprescindível para o planejamento de ações que venham contribuir com a melhoria dos indicadores de saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Foi objetivo deste estudo caracterizar a população da área de abrangência da ESF Josélia Borges, Eunápolis-BA e identificar as situações de violência a qual estão expostos bem como os fatores relacionados a ela. Foi realizado um sorteio aleatório simples, sem reposição de elemento amostral, entre as 763 famílias cadastradas. Dos 109 domicílios sorteados 77 foram entrevistados, os demais foram excluídos por não ter sido encontrado nenhum morador após 05 visitas. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas abertas e fechadas contendo informações do entrevistado, da família e questões relacionadas a violência na localidade. Os dados coletados foram digitados e analisados no Epi Info. Em relação aos entrevistados a maioria era do sexo feminino, com ensino fundamental, ocupação do lar, evangélicos, se declaram pardos e tinham idade entre 13 a 80 anos. Nos domicílios residiam 273 indivíduos (3,5 indivíduos por família), a média de idade foi 28,44 anos (Dp±19,04), 23,4% com idade entre 20 a 29 anos, 50,9% eram do sexo masculino, 49,4% não concluíram o ensino fundamental, 63,7% se encontravam em idade laboral, 19,5% estavam desempregados e 25,3% eram mulheres do lar. Com relação à violência, 45,5% consideram a área onde reside mais ou menos violenta e 13% muito violenta. Verificou-se que 13% dos entrevistados já sofreram algum tipo de violência, sendo o assalto 50% dos casos. Entre os membros da família 24% já foi vítima de violência, representando o assalto 68,4% dos casos. Entre os fatores relacionados à violência 45,5% dos entrevistados atribuem às drogas, 24,7% à falta de policiamento e 12,9% ao desemprego. É possível concluir que a população da área adscrita à ESF Josélia Borges é basicamente jovem, com baixa escolaridade, alta taxa de desemprego e tem as mulheres cuidando dos lares, aspectos que devem ser considerados no planejamento em saúde. Destaca-se ainda a necessidade de estabelecer estratégias intersetoriais para o fortalecimento do controle social com vistas a prevenção da violência e consumo de drogas.


Palavras-chave:  saúde da família, violência