Resumo

Em 2009, a disciplina “Educação Física em Saúde Pública” passou a ser oferecida na Escola de Educação Física da UFRGS, na modalidade de “tópicos especiais”. Através de aulas teórico-práticas, reflexões e discussões sobre temáticas orientadas, trabalhos em grupo, observações de campo e planejamento e aplicação de atividades pretendeu-se o estudo de temas relacionados à atuação de professores de educação física na saúde coletiva. Entre os objetivos propostos para disciplina estavam: refletir sobre o papel da Educação Física na atenção primária; entender a organização do Sistema Único de Saúde; identificar as demandas dos usuários no Distrito pedagógico assistencial Glória/Cruzeiro/Cristal relacionadas às práticas corporais; inserir o futuro profissional de Educação Física nos serviços de saúde, promovendo ações que permitam destacar a importância deste profissional como membro de equipe e agente promotor de saúde; e orientar o futuro profissional de educação física no planejamento de estratégias e ações de promoção da saúde e de prevenção de doenças. As intervenções junto às comunidades e/ou aos profissionais das unidades de saúde da família foram bem diversificadas, contemplando tanto demandas dos locais quanto competências prévias dos acadêmicos: orientação postural, dança de salão, orientações sobre benefícios da atividade física, atividades de relaxamento e introspecção, canto, esportes adaptados à terceira idade, ginástica. Foi possível observar que muitos dos temas relacionados à saúde pública eram novidade para maioria dos acadêmicos, bem como sua circulação por unidades de saúde da família. Foi possível constatar também uma grande demanda por potenciais intervenções de professores de educação física nas unidades acompanhadas ligadas tanto à prevenção de doenças e promoção de saúde quanto a intervenções de cunho terapêutico e de reabilitação. Ressalta-se a necessidade de ampliar a aproximação da formação em educação física deste “novo” cenário de práticas. Entre as dificuldades encontradas pela proposta de formação está a não existência de professores de educação física no quadro da secretaria de saúde de Porto Alegre, impossibilitando a inserção em projetos já existentes e exigindo a construção do “zero” de intervenções no curto espaço de tempo que a disciplina dispõe. Mesmo diante destas dificuldades o retorno das comunidades nas quais foram promovidas atividades foi extremamente positivo.