9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:959-2


Poster (Painel)
959-2PARTICIPAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO ACOLHIMENTO DE USUÁRIOS DO SAMU
Autores:Giselda Quintana Marques (UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULPMPA - PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE) ; Maria Alice Dias da Silva Lima (UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL)

Resumo

As Centrais de Regulação Médica de Urgências foram criadas como elementos potenciais de organização dos fluxos da atenção às urgências e ferramentas importantes de inclusão e garantia de acesso universal e equânime aos acometidos por agravos urgentes. É por meio da regulação do Sistema de urgência que o médico regulador do SAMU faz o enlace com os serviços de saúde, abarcando as dimensões de competência técnica e gestora dos meios disponíveis. Objetiva analisar a participação dos serviços de saúde no acolhimento de usuários atendidos pelo SAMU. Foi utilizada a estratégia de triangulação de métodos, em que foram combinadas múltiplas estratégias de pesquisa, de forma a apreender as dimensões quanti-qualitativas do objeto. Os dados foram coletados no SAMU de Porto Alegre, utilizando os boletins de atendimento, entrevistas semi-estruturadas e observações do campo. Na análise quantitativa foram usadas freqüências relativas e absolutas, na qualitativa, análise de conteúdo, com ordenação dos dados, classificação e análise final. Os resultados evidenciaram que a regulação das portas de entrada da urgência era um dos pontos mais críticos no trabalho do SAMU. Os profissionais referiam que a maior dificuldade era garantir ao paciente a melhor resposta, no local mais adequado, visto que nem todos os serviços participavam do acolhimento dos usuários. A parceria entre os componentes da urgência eram fundamentais para a resolutividade dos atendimentos. 49,4% dos atendimentos realizados pelo SAMU tiveram como destino um hospital, 22,1% uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), 0,1% uma Unidade Básica de Saúde (UBS). 21,8% não necessitaram deslocamento e 6,5% não foi registrado o destino. 64,9%, dos que foram atendidos em hospitais e 62,8%, nas UPA eram usuários de gravidade média. 61,8%, dos que não foram removidos eram de gravidade pequena. Vinte Hospitais participaram dos destinos do SAMU, sendo que dois respondem por um terço da possibilidade de portas de entrada. As UPA corresponderam a 20% e os demais tiveram participação acanhada. Conclui-se que ampliar a responsabilidade das ações de saúde no SUS, com responsabilização dos profissionais e dos serviços, ampliaria o horizonte de atuação do Sistema, tornando-o mais resolutivo. O SAMU serve como um excelente observatório, pelo qual é possível evidenciar o perfil epidemiológico das demandas, os vazios de serviços e as pactuações necessárias à busca da integralidade.


Palavras-chave:  Emergências, Serviços médicos de emergência, Serviços de saúde