Resumo

Um dos desafios da Atenção Primária em Saúde (APS) é ampliar suas fronteiras de atuação visando maior resolutividade. A escola é um ambiente de construção de sujeitos sociais e criativos, representados por crianças e adolescentes, onde adquirem experiências, vivenciam descobertas e constroem a capacidade de tomada de decisões e afirmação de identidade. Por isso, pensamos ser este um local para a promoção e prevenção da saúde, compartilhando os conhecimentos da área da educação e saúde. Nesta relação, entre saúde e escola, surge à possibilidade de formarmos crianças e adolescentes mais saudáveis e, ao mesmo tempo, a comunidade escolar será mais uma fonte de reflexão sobre o significado de saúde e qualidade de vida. O trabalho realizado entre a Unidade de Saúde Conceição (USC), pertencente ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e uma escola pública estadual da zona norte de Porto Alegre, objetiva: potencializar a escola como espaço de promoção e prevenção à saúde; identificar e promover ações relativas às necessidades apresentadas; interagir com a comunidade (alunos, familiares e professores); apresentar à comunidade escolar a USC como porta de entrada ao Sistema de Saúde; tornar a escola um espaço de formação das práticas de saúde dos residentes e da equipe; capacitar dos professores. Nesse sentido, estabeleceu-se a criação de uma parceria com a referida escola, situada no território da USC, tendo como público-alvo alunos de 5ª a 8ª séries, sendo trabalhada uma turma por vez. São realizadas oficinas pertinentes às diferentes faixas etárias. No primeiro encontro, inicia-se com uma dinâmica de apresentação e atividades que facilitam o vínculo do grupo, para criar um ambiente descontraído e facilitador da aprendizagem. Através das dúvidas dos alunos, realiza-se um levantamento dos temas a serem abordados e, a partir destes, formam-se grupos de temas afins, a serem desenvolvidos nos três seguintes encontros. Ao longo das oficinas realizadas notou-se: pouco conhecimento dos alunos acerca da APS; muitas dúvidas em relação à saúde; que os temas sobre sexualidade, drogas e alimentação são os que geram mais questionamentos; que é necessário construir novas ações de saúde voltadas ao público (pré)adolescente, potencializando a escola como campo de intervenção. A parceria e as oficinas foram avaliadas positivamente pelos professores e alunos da escola, e observou-se uma necessidade de capacitação dos professores.