Resumo

O Programa de Residência Multiprofissional do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) teve início em fevereiro de 2010, com o intuito de formar profissionais e instrumentalizá-los “para atuar na atenção em saúde hospitalar, tendo como prática a interdisciplinaridade articulada e mediada pelo SUS e demais políticas setoriais”. Na área da Saúde da Mulher a equipe é formada por um residente farmacêutico, um assistente social, um farmacêutico-bioquímico e um terapeuta ocupacional. As atividades em equipe ocorrem na Unidade da Mulher e do Recém Nascido, com foco inicial em pacientes gestantes e puérperas soropositivas para HIV. O acompanhamento ocorreu nos meses de março e abril. Uma vez por semana, os residentes estudaram os prontuários do Alojamento Conjunto e coletaram dados relevantes para posterior discussão. Nesse período observou-se uma boa integração entre a equipe de residentes, pontuando problemas e dificuldades em todas as áreas de atuação como: acompanhamento do pré-natal e o acesso de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o sigilo da doença e sua implicações para a sua progressão e tratamento, a influência da drogadição na adesão terapêutica, a falta de conhecimento dos riscos da doença e da importância do tratamento. Entre as maiores dificuldades encontradas verificou-se a integração e atuação insuficientes dos residentes junto à equipe de profissionais e a escassa disponibilidade de tempo para as atividades clínicas, visto que cada residente está alocado em um setor diferente. Atualmente, apenas a residente assistente social realiza a entrevista e a intervenção com as pacientes, pois o Serviço Social já estava inserido na Unidade. O fato de o Programa estar no início pode explicar algumas destas dificuldades, visto que demanda tempo para o seu bom funcionamento. Esta vivência já proporcionou aos residentes novos conhecimentos assim como a construção de instrumentos de trabalho, pois após todo estudo de caso é sistematizado um relatório construído por toda a equipe. De forma geral, há uma grande expectativa de que o Programa favoreça o reconhecimento da importância do trabalho integrado multiprofissional prestado à saúde da mulher no âmbito do SUS.