945-2 | PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE: QUE LUGAR É ESSE? | Autores: | Claudia Sedano Fait (ESP/RS - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA RS) |
Resumo O presente trabalho refere-se à experiência da psicologia inserida em equipes de atenção básica à saúde. Tendo em vista os diferentes lugares na rede de cuidado ao usuário, ocupados pelo profissional da psicologia hoje: atenção básica/NASF, CAPS, hospital geral, residencial terapêutico, entre outros, o psicólogo incluído em equipes da atenção básica parece ser ainda uma questão controversa. Por um lado, a idéia do especialista que tenderá a monopolizar o cuidado em saúde mental, sendo um limitador para a apropriação, por parte dos demais profissionais da equipe, das questões de saúde mental dos usuários. Nessa visão, não seria estratégica a permanência do profissional “psi” junto à equipe e sim num lugar de apoio a elas. De outro lado, a inclusão do psicólogo na equipe, pode ser vista como possibilidade de maior articulação do campo psicológico com os demais profissionais pela interdisciplinaridade no cotidiano das práticas, nas ações programáticas e de promoção da saúde. A experiência que se tem é de que há, realmente, um modelo histórico de produzir saúde como ausência de doença, voltado para uma demanda da clínica individual. No entanto, traz-se aqui outra forma de aproveitamento de um saber-fazer da psicologia também presente neste âmbito da atenção que é a de um profissional que tenciona o modelo tradicional e compõe com os demais profissionais, no cotidiano das relações de trabalho, ações produzidas em equipe, desde as reuniões de equipe, acolhimento, trabalho com grupos, visitas domiciliares, trabalhos em escolas, participação em feiras comunitárias, enfim, trazendo sua bagagem voltada para a produção das subjetividades, humanização, escuta e vínculo. Trata-se da circulação deste profissional no interior da equipe, como integrante, sem se colocar como “o especialista” em saúde mental e, menos ainda, como o único responsável pelos atendimentos em saúde mental. Percebe-se que essa vivência tem trazido como efeitos: maior integração da subjetividade no entendimento e nas práticas de cuidado em saúde da equipe da atenção básica representando uma ampliação da integralidade; flexibilização do campo de conhecimento psicológico para profissionais de outras formações e apropriação do campo da saúde coletiva para a psicologia na troca interdisciplinar. Recomenda-se que se possa ampliar o debate a esse respeito, no sentido de avaliar o lugar da psicologia na atenção básica enquanto um espaço estratégico para a construção da integralidade do cuidado. Palavras-chave: ATENÇÃO BÁSICA, INTEGRALIDADE, PSICOLOGIA |