Resumo

Uma rede de atenção à saúde constitui-se de um conjunto de unidades, de diferentes funções e perfis de atendimento, que operam de forma ordenada e articulada no território, de modo a atender às necessidades de saúde de uma população. A construção de redes de atenção á saúde representa um desafio de enorme complexidade, envolvendo diversas questões que colocam em cheque os mecanismos de estruturação e gestão do cuidado à saúde. Entender o significado que os atores envolvidos no campo da gestão em saúde atribuem a esse processo e seus condicionantes é essencial. O estudo foi desenvolvido durante o Curso de Qualificação de Gestores da Paraíba, onde aprofundamos debates sobre regionalização, criando espaços de discussões, colaborando para o desenvolvimento de uma visão crítica e reflexiva dos atores sobre a construção da rede regionalizada de saúde na Paraíba. O estudo objetivou conhecer os desafios no processo de regionalização da saúde na Paraíba, na concepção dos participantes do Curso de Qualificação de Gestores do SUS. Trata-se de uma pesquisa-ação, cujo universo de envolvidos constou de 24 participantes, incluindo gestores de 4 municípios paraibanos. Os dados foram coletados a partir de uma atividade proposta pelo curso sobre configuração da rede regionalizada e hierarquizada de atenção à saúde no SUS. Orientou-se a discussão pela seguinte pergunta: “Quais os desafios na construção da regionalização no seu município? As informações coletadas foram analisadas de acordo com Minayo, seguindo os princípios da análise do discurso e da observação participante. As reflexões propiciadas por este estudo nos permitem constatar os desafios que os gestores enfrentam para organizar a rede de atenção à saúde nos seus respectivos municípios. Percebemos que tais desafios se traduzem nas imensas desigualdades socioeconômicas e territorias que marcam a realidade brasileira e repercutem na distribuição dos serviços de saúde. Além disso, falta maior articulação entre os gestores para promover uma integração da rede à saúde que transcenda o espaço político-administrativo de um município, como também a dificuldade de articular as diferentes unidades de saúde que compõem o SUS em uma mesma rede.