857-1 | PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ANTI-HIPERTENSIVO | Autores: | Deise Rocha Réus (UFRGS - Universidade Federal do Rio do Grande do Sul) ; Vera Lúcia Tierling (MS - Ministério Saúde) ; Luciane Kopittke (GHC - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO) ; Airton Tetelbon Stein (GHC - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO) |
Resumo I: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) representa um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de condições crônicas de saúde. É responsável por expressiva morbidade e impacto na expectativa e qualidade de vida da população. A não adesão ao tratamento tem sido identificada como a principal causa de insucesso no controle da pressão sangüínea e o entendimento dos fatores que levam o paciente a não seguir à terapêutica proposta permite (re)direcionar o fazer saúde no universo multifacetado que envolve o tratamento da hipertensão arterial. O: Identificar a prevalência e os fatores de risco associados à não adesão ao tratamento farmacológico. M: Estudo transversal, mediante entrevista domiciliar com 100 pacientes hipertensos residentes na área de cobertura de duas Unidades de Saúde do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre/RS. Os questionários contemplaram informações acerca dos fatores de risco associados à não adesão (comportamento individual, hábitos de vida, tratamento farmacológico, apoio social e acompanhamento pela equipe de saúde) além de informações demográficas e sócio-econômicas. A adesão foi caracterizada através da Escala de Auto-relato de Morisky-Green-Levine que consiste em quatro questões para identificar atitudes e comportamentos frente à administração de medicamentos. R: Verificou-se que 72% dos entrevistados mostraram-se não aderentes. Os fatores de risco associados à não adesão foram: Acrescentar quantidade extra de sal às refeições (RP =1,51; IC 95% = 1,17;1,94), não consultar sempre com o mesmo médico (RP=1,39; IC 95% = 1,06;1,82) e não saber por quanto tempo vai fazer uso dos medicamentos para a hipertensão (RP=1,26; IC 95% = 1,03;1,54), controlados pelos fatores de confusão. C: Identificou-se alta freqüência de não adesão ao tratamento farmacológico e sugere-se que os fatores de risco estão associados aos hábitos de vida, acompanhamento pelo serviço de saúde e conhecimento da doença e tratamento. O estudo evidencia a necessidade no direcionamento de ações em saúde que permitam modificar a realidade da não adesão à terapêutica anti-hipertensiva. A (re)organização dos serviços de saúde com vistas à promoção do trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar e a valorização do vínculo entre os profissionais de saúde e os usuários são fatores que podem impactar os resultados em saúde relacionados aos pacientes com HAS.
Palavras-chave: HIPERTENSÃO, ADESÃO AO TRATAMENTO, FATORES DE RISCO |