Resumo

Trata-se de estudo em absenteísmo médico dos profissionais de enfermagem de um hospital público federal de ensino, referência no atendimento de média e alta complexidade; demandando cuidados em nível terciários e quaternários.O objetivo foi identificar os índices de licenças por motivo de saúde entre esses trabalhadores. Utilizou-se abordagem quantitativa dos afastamentos por licenças médicas registradas no Serviço de Saúde do Trabalhador de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2006 e calculado o índice de freqüência e a porcentagem de tempo perdido. A amostra foi composta por 1.219 servidores divididos nas três categorias (enfermeiros, técnicos e auxiliares). Destes, 14% eram do sexo masculino e 86% feminino. Quanto ao vínculo, 78,3% são estatutário, 67,7% têm cargos de nível médio e 23,1% de nível superior. 46,9% têm 40 anos ou mais e 37,5% trabalham na UFMG há 11 anos ou mais. Entre os 750 trabalhadores que se afastaram pelo menos uma vez por motivo de doença, a mediana de licenças foi igual a 2, mínimo 1 e no máximo de 21 licenças. A mediana do número de dias de licença por trabalhador afastado no período estudado foi de 8 dias, mínimo de 1 e máximo de 444 .As licenças de 1 a 5 dias (72,8%) somam 1.792 dias e 31 dias ou mais (31,2%) somaram 14.148. Em relação ao CID10, o grupo de Transtornos Mentais e Comportamentais é o que tem maior soma de dias de afastamento 3.145. Em seguida as Doenças do Sistema Osteomuscular, 1.784 dias .Os locais com maior freqüência de licenças, foram os de clínica médica e cirúrgica (20,8%), urgência (17,4%) e hospital dia (16,9%). Os locais que somam maiores números de dias de licença são hospital dia (3.966) e urgência (3.389), respectivamente. Os 1.219 trabalhadores tiveram 2.462 licenças, perfazendo um total de 19.417 dias de afastamento; uma média de 15,92 dias para cada trabalhador. Os resultados mostram que os índices de absenteísmo encontrados neste estudo foram maiores do que a maioria dos trabalhos realizados com profissionais de outros hospitais com características semelhantes. Por isso, acreditamos na necessidade de uma reflexão aprofundada no modelo tradicional de processo de trabalho que pode está levando ao absenteísmo. Dessa forma, recomenda-se a necessidade de intervenção e a interface com outras áreas do conhecimento para adequação do ambiente e dos processos de trabalho.