Resumo

O estudo originou-se das queixas músculo-esqueléticas e de sobrecarga de trabalho, dos profissionais de enfermagem trazidas ao Serviço de Saúde do Trabalhador do Hospital. Foram analisados a organização e as condições de trabalho com o objetivo de entender as queixas dos trabalhadores e propor melhorias no processo de trabalho. Utilizou-se abordagem qualitativa, com entrevista dos trabalhadores para conhecer a percepção deles sobre o local de trabalho; a descrição das atividades e sugestões quanto a medidas preventivas, de conforto e segurança visando desempenho eficiente. Os resultados mostram que na CME do Hospital predomina a organização tylorista do trabalho, com rígido controle hierárquico, divisão entre trabalho manual/trabalho intelectual e desqualificação das atividades que apresentam complexas exigências sensório-motoras e psicossociais. O estudo colocou em evidência fatores potencialmente associados às queixas dos trabalhadores; como posturas forçadas e estáticas, altas temperaturas, umidade e baixo grau de tecnologia incorporada, que deverão ser melhor avaliados por meio de métodos adequados. A adoção das medidas preventivas preconizadas nas normas trabalhistas, particularmente pelas NRs 32 e 17 também deixam a desejar. Com base nessas evidências foi proposta à direção do Hospital a busca de soluções para os problemas, em conjunto com os trabalhadores de modo a eliminar, reduzir ou minimiza a exposição aos fatores de risco para a sua saúde, por meio da reorganização dos processos de trabalho e adequação das tecnologias incorporadas, possibilitando a redução dos danos e/ou riscos de adoecimento e o afastamento dos trabalhadores por motivo de doença.