Resumo

O objeto do presente relato é a apresentação do desenvolvimento pedagógico para construção de competências relacionadas ao cuidado em Saúde Mental no currículo integrado, implantado no Curso de Graduação em Enfermagem do UNIFESO desde 2007, o qual opera através de dois módulos articulados – o tutorial (MT) e o de prática profissional (MPP). Os temas da área de Saúde Mental aparecem como transversais nos diferentes contextos dos ciclos de vida dos indivíduos e das coletividades desde o 1º período, sendo o 4º período aquele que concentra os conteúdos de Psiquiatria, que é trabalhada em articulação com a Atenção Básica. Nesse período, estão as bases da psicopatologia e os grandes transtornos psiquiátricos, a relação terapêutica, a Política Pública de Saúde Mental sob o prisma da Reforma Psiquiátrica e a luta contra a exclusão social. Situações-problema ou narrativas da prática atuam como elementos disparadores de aprendizagem no MT. Filmes com temáticas relacionadas à Saúde Mental também são exibidos como fonte de reflexões para os estudantes. Outra estratégia utilizada é a organização de seminários sobre personalidades com alguma ligação à área da Saúde Mental, como Van Gogh, Bispo do Rosário, Nise da Silveira, entre outros. No MPP a atuação dos estudantes nas comunidades a partir das UBSF possibilita um avanço no ensino da Saúde Mental, que é o trabalho com situações cotidianas do paciente no seu território. Os estudantes também desenvolvem suas atividades de integração ensino-trabalho em serviços especializados no atendimento psiquiátrico e em um asilo, localizado no município de Teresópolis (RJ), além de visitas guiadas, com destaque para o Museu de Imagens do Inconsciente (Engenho de Dentro – Rio de Janeiro). Assim, o estudante compreende o processo saúde-doença na Psiquiatria e valoriza a parcela significativa do componente social nesse processo de adoecimento. A percepção sobre a experiência da abordagem da Saúde Mental no currículo integrado do Curso de Enfermagem é a de que é possível se desenvolver atributos que favorecem uma aprendizagem consistente. Por conseguinte, o que se espera é que os profissionais em formação sejam capazes de mobilizar em suas práticas as capacidades desenvolvidas, conformando, assim, a articulação teoria-prática e a construção de competência para ação e para inclusão.