826-1 | A articulação educação-saúde-ser humano nos materiais bibliográficos produzidos pelo Ministério da Saúde na compreensão de docentes da área de saúde coletiva. | Autores: | Márcia Schott (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) ; Érika Marafon Rodrigues-ciacchi (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) ; Maria Helena Salgado Bagnato (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) ; Rogério Dias Renovato (UEMS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL) ; Lourdes Missio (UEMS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL) ; Márcia Selpa (FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau) |
Resumo Introdução: As discussões do processo de formação dos profissionais da área da saúde vêm ocorrendo mais intensamente a partir de 1990, sobretudo pela emergência de uma formação acadêmica mais próxima das doutrinas do SUS. Os docentes dos cursos de graduação em Enfermagem, em algumas atividades pedagógicas, apóiam-se em referências bibliográficas que discutem saúde, educação e ser humano. Os materiais produzidos pelo Ministério da Saúde (MS) circulam determinados discursos que delineiam modos de compreender e fazer o cuidado em saúde. Essas bibliografias aqui denominadas como artefatos culturais podem governar sujeitos, porém sofrem processos de mediações e assim, mecanismos de ressignificação na interação entre produtor e receptor. Objetivos: identificar as concepções de educação, saúde e ser humano que os docentes percebem nesses materiais e como essas produções oficiais são articuladas com os marcos teórico-conceituais da Saúde Coletiva brasileira na prática pedagógica destes profissionais. Método: Foram entrevistados, no ano de 2007, docentes-enfermeiros do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas atuantes na área da Saúde Coletiva. Para fundamentar as nossas análises nos apoiaremos nas contribuições de alguns autores dos Estudos Culturais, na direção de dois eixos: campo interdisciplinar e intervenção política nas disciplinas acadêmicas. Resultados e Conclusão: Na compreensão dos docentes, a articulação entre saúde, educação e ser humano nos materiais elaborados pelo MS se apresenta em construção fragilizada. A saúde é mencionada nos materiais ainda dentro de uma perspectiva cartesiana, acentuando a “dimensão biológica”, sendo que bibliografias mais recentes tendem a ampliar o conceito, predominando aspectos da 8ª Conferência de Saúde. O discurso acerca da educação não remete a uma trajetória emancipatória, e se reforça no modelo preventivo de doenças que pretende “capacitar”, “treinar”, “atualizar pessoas”. Por fim, a concepção de ser humano é entendida como já superada ou superficial quando não problematizam em profundidade, intervindo na práxis, questões mais culturais, sociológicas e antropológicas do sujeito que vem adoecendo. Portanto, os docentes utilizam os materiais do MS atuando como decodificadores de discursos quando fazem a articulação desses com marcos teóricos da Saúde Coletiva. Palavras-chave: educação, formação, saúde |