Resumo

Este trabalho problematiza a construção do projeto de intervenção do Serviço Social da Unidade de Cuidados Básicos de Saúde (UCB) do Hospital Escola São Francisco de Assis (HESFA)/UFRJ em 2009. Observou-se que não havia um trabalho sistematizado da profissão, assim como um desconhecimento sobre a atenção em saúde a ser desenvolvida pela mesma. Sendo assim, construiu-se uma organização sistemática das ações técnico-profissionais e ético-políticas do assistente social. Delimitou-se seu fazer profissional ante as diversas categorias da UCB: Enfermagem, Medicina, Nutrição, Psicologia. Definiu-se como eixo norteador a articulação do projeto ético-político do Serviço Social aos princípios da Reforma Sanitária da Saúde. Optou-se por esta via, para formular estratégias que promovessem ações de direito à saúde da população usuária e, ainda, para contribuir na formação de profissionais conforme o que preconiza a política de saúde no Brasil. Para isto, foram elencadas diversas categorias de intervenção com metas e métodos. Destacam-se aqui as ações em equipe. Como efeitos, elenca-se em primeiro lugar, uma ampliação de olhares sobre o trabalho do assistente social na UCB, a partir da apresentação e discussão do projeto com as categorias profissionais. Isto contribuiu para o exercício de práticas interdisciplinares onde houve trocas de saberes e foram pontuados limites necessários nas diversas fronteiras de conhecimento. Segundo, houve construção e divulgação de fluxogramas do Serviço Social na atenção em saúde da criança, do adolescente, da mulher, do homem, do adulto e do idoso, corroborando para práticas de saúde mais organizadas e integrais. Como horizontes almejados e desafiadores, apontam-se: a legitimação de encontro sistemático entre a equipe multiprofissional, através da implementação de um espaço onde os profissionais possam refletir sobre os seus fazeres cotidianos e desenvolverem ações interdisciplinares e a ampliação desta ação ao âmbito das práticas de ensino e pesquisa. Esse caminho é necessário para a construção de um trabalho em saúde mais integral e resolutivo, e que refletirá ainda, na formação de profissionais para o SUS, onde as diretrizes da interdisciplinaridade, do trabalho em equipe, da integralidade das ações devem ser priorizadas. Neste sentido, o projeto de intervenção do Serviço Social vem reafirmar essa necessidade premente.