750-1 | JUVENTUDE E ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: ENTRE PROPOSIÇÕES E EFETIVAÇÕES COM PÚBLICOS DE REGIÕES PERIFÉRICAS | Autores: | Ana Paula Serrata Malfitano (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Giovanna Bardi (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) |
Resumo A fim de criar estratégias de atenção à saúde da população adolescente e juvenil, políticas públicas e programas foram historicamente se constituindo na busca de trazer esse público-alvo aos serviços de saúde, utilizando como estratégia prioritária a atenção básica em saúde. No entanto, dados estatísticos mostram que grande parte destes jovens encontra-se na indigência, vivendo em situação de precariedade e vulnerabilidade extremas, lançando o desafio de a saúde propor ações para intervenção com esta população. Nesta direção, apresentamos uma pesquisa que se propôs a conhecer a realidade da região Grande Cidade Aracy, no Município de São Carlos, SP, caracterizada como uma região carente de equipamentos de educação, saúde, segurança, renda familiar e inserção no mercado de trabalho de seus habitantes, além de sofrer do estigma da pobreza, que leva à exclusão social. Nosso propósito é analisar e discutir, a partir de uma perspectiva sócio-histórica, as políticas e programas sociais de atenção à juventude existentes nessa região, com enfoque nas suas interfaces com a área da saúde. Pretende-se mapear as ações realizadas pelos serviços e conhecer seu modo de funcionamento e público atendido, a fim de compreender como são realizados e a quais diretrizes estão vinculadas. Para tanto, utiliza-se como metodologia a consulta a fontes documentais e a realização de entrevistas semi-estruturadas com coordenadores e técnicos de serviços de saúde básica, coordenadores de equipamentos sociais e jovens que vivem na região. Além de observação participante, são realizadas análises etnográficas de campo. Os dados de campo permitem afirmar que o mito de que as pessoas jovens não adoecem, somado por uma visão preconceituosa do adolescente pela sociedade, contribuíram para que haja uma pequena presença dos jovens nos serviços de saúde básica e que os equipamentos oferecem poucas alternativas de cuidado e, principalmente, de atenção aos aspectos de vulnerabilidade social e complexidades contemporâneas. Os técnicos vêem pouco as reais demandas dos jovens, uma vez que têm pouca capacitação para o atendimento a esta população, não criando estratégias de atenção a este grupo, conforme previsto pelo Ministério da Saúde. Diante desta problemática, faz-se necessário criar estratégias de atenção e cuidado para a população juvenil, a partir do paradigma contemporâneo sobre a juventude, possibilitando o acesso aos direitos sociais, entre eles a saúde. Palavras-chave: atenção básica, direitos sociais, juventude |