Resumo

A educação em saúde é uma ferramenta utilizada no cenário da atenção primária principalmente em grupos. A proposta da formação de grupos surge na perspectiva da construção de sujeitos autônomos que buscam construir e remodelar sua história a partir das relações que estabelecem no seu território, na comunidade e na família. A estratégia saúde da família dentro da sua premissa de remodelação da assistência à saúde, conta uma equipe multiprofissional que potencializa a formação desses grupos. Esse relato tem como objetivo descreve a formação de um grupo de educação em saúde. O grupo de caminhada foi criado há cinco meses em um centro de saúde da família do município de Fortaleza. Esse grupo surgiu a partir da inexistência de grupos no serviço, uma relevante incidência de pacientes com hipertensão e/ou diabetes que não realizavam atividade física e como atividade proposta da residência médica e multiprofissional em saúde da família e comunidade. O grupo de caminhada atualmente é formado por 25 usuários cadastrados, com uma freqüência média de 15 usuários participando ativamente. Os profissionais que estão na coordenação do grupo são uma enfermeira residente, duas terapeutas ocupacionais residentes, tendo como apoio um médico de família, uma residente de fonoaudiologia e duas agentes comunitárias de saúde (ACS). A faixa etária é heterogênea, de crianças a idosos, o grupo funciona nas quartas-feiras, no turno da tarde. As atividades desenvolvidas: cadastro do usuário em um histórico para acompanhamento; os parâmetros físicos são coletados a cada encontro e avaliados a cada três meses em um momento que os profissionais se reúnem para propor planos terapêuticos de acordo com as necessidades encontradas; roda de conversa com assuntos propostos pelos participantes como os seguintes temas já foram explorados: qualidade de vida; diabetes e hipertensão; saúde da mulher, DST’s, saúde bucal; seguido de alongamento e aquecimento, a caminhada em percurso de trinta minutos e relaxamento. Ressaltamos a dificuldade que encontramos para consolidar esse grupo. Tivemos que mobilizar e sensibilizar os ACS, as lideranças da comunidade e os profissionais das equipes de saúde. Contudo, percebemos que os usuários sentem-se acolhidos, satisfeitos de modo que já convidam outros usuários para participar das atividades do grupo.