9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:688-2



688-2A capacidade de atuação profissional e a afirmação da Reforma Psiquiátrica : sob o olhar da Comissão de Saúde Mental do município de Santa Maria-RS
Autores:Luciane Silva Ramos (SMS - Secretaria de Município da Saúde) ; Carmem Lúcia Colomé Beck (UFSM - Universidade Federal de santa maria)

Resumo

RESUMO: Frente a crise no fazer cotidiano dos trabalhadores dos serviços de saúde mental, repleto de contradições e equívocos, para operar com as novas tecnologias em saúde mental, atribuídas a falta de preparo para lidar com determinadas situações que vão além da capacidade diagnóstica e terapêutica; frente aos velhos problemas de acesso (demanda reprimida crescente;; falta de articulação entre os serviços de saúde mental, e desses com a atenção básica, dentre outros aspectos), a gestão da saúde de Santa Maria-Rs, propôs em maio de 2005 a criação de um espaço de discussão coletiva, no sentido de reorientar a atenção em saúde mental com base nas proposições da Reforma Psiquiátrica, assim constituiu-se a Comissão de Saúde Mental – CSM. Nesse contexto, o presente trabalho tem o objetivo de compreender como se dá a articulação entre as práticas no cotidiano dos serviços e o perfil dos trabalhadores com as ideais do processo de Reforma Psiquiátrica. A abordagem do estudo foi qualitativa, do tipo Estudo de Caso, utilizando-se as técnicas de análise documental, observação sistemática e grupo focal. Compuseram este estudo 11 participantes da CSM, dentre eles: trabalhadores dos serviços de saúde mental e de outros serviços de atenção à saúde do município; usuários; formadores e profissionais em formação. Desses, alguns possuíam formação específica no campo da saúde mental, e cabe destacar que apenas um era egresso do movimento de Luta Antimanicomial. A partir da análise dos achados empíricos deste estudo, percebe-se a necessidade dos trabalhadores da CSM estudarem os aspectos teórico-metodológicos relacionados à Reforma Psiquiátrica e à Política de Saúde Mental, no sentido de fortalecê-los para intervenções na sua prática e no seu processo de trabalho. Evidencia-se a formação acadêmica básica ainda centrada na clínica, na doença e distante da concepção das Políticas de Saúde. Nesse contexto, entende-se que as práticas em saúde mental, se não forem embasadas por críticas e conceitos adequados ao papel dos sujeitos políticos na luta pela transformação das condições de vida e de trabalho, tendem à repetição e perpetuação dos mecanismos de controle do poder. Depreende-se a necessidade da formação em saúde, romper a barreira do especialismo e voltar-se aos preceitos do Sistema Único de Saúde - SUS, efetivando, assim, de modo mais agudo, a Reforma Psiquiátrica.


Palavras-chave:  Sistema Único de Saúde, Reforma Psiquiátrica, Formação em saúde