Resumo

A formação de profissionais de saúde através das residências multiprofissionais/integradas é apontada como uma política importante para a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo analisa a inserção de egressos do Programa de Residência Integrada em Saúde (RIS), da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, nas políticas e rede de serviços públicos e o significado atribuído por eles a esta formação. A pesquisa quanti-qualitativa analisou respostas de 53 egressos de várias profissões, de 2003-2006, a um questionário com questões abertas e fechadas. Estes egressos são oriundos da RIS: Atenção Básica, Saúde Mental Coletiva, Dermatologia e Pneumologia Sanitária. Através da análise textual discursiva foram constituídas 5 categorias. Entre elas, na visão da RIS, os egressos reconhecem esta formação como um divisor de águas na sua vida profissional, abrindo portas no mercado de trabalho e fortalecendo o interesse pela saúde pública. Na categoria dificuldades e contradições, apontam que as tensões entre os modelos de atenção estão presentes nos locais de formação, mas que o enfrentamento destas tensões fortalece sua capacidade crítica. Na análise quantitativa descritiva verificou-se que 60 % desses egressos estão no setor público, com predomínio do setor municipal (52%) comparado a 32,35%, no âmbito federal e 11,76%, no estadual. Isto pode ser explicado pela municipalização da saúde que ocorreu na década de 90, gerando mais empregos neste setor. São ditos recorrentes dos egressos que a RIS forma “para um pensar crítico no âmbito do SUS, qualificando o atendimento em saúde”, “constrói uma visão integral do usuário, compreensão da rede de serviços e visão ampliada do cuidado”.