Resumo

A primeira fase do curso de Enfermagem da Unochapecó tem realizado, a partir da aprovação do Pró-Saúde I, estudos sobre saúde e meio ambiente e comunidade indígena. Os estudantes visitam à reserva indígena, ao Parque do Antigo Lixão, à ONG Verde Vida, cooperativas de coletadores de lixo e a Floresta Nacional de Chapecó. Após, realizam relatos, debates, elaboração de artigos a partir de tutorias. Estas ações desencadeiam no curso o debate dos pressupostos teóricos e metodológicos utilizados e suas incongruências discutindo a articulação de diferentes campos do conhecimento necessários para o entendimento das dimensões bio-psico-sociais dos processos saúde-doença, fortalecendo a desconstrução da perspectiva biomédica, e apresentando à profissão um campo de interfaces, que atua com pessoas/grupos/comunidades que se constroem a partir da multidimensionalidade. É necessário entender o humano numa dimensão bioecológica, enfatizando a construção histórico-social do viver/ser, e reconhecer na profissão o seu papel social e ético, de atuação em políticas de saúde, que envolvem a vida das pessoas, suas histórias, identidades, conhecimentos e estratégias de existir. A realização das tutorias com aproximação professor-estudante, e trabalhos teórico-práticos que vão aprofundando gradativamente as discussões, é alternativa que facilita o aprofundamento teórico dos acadêmicos. Os pressupostos epistemológicos definem este momento de discussão. As tutorias acontecem sustentadas por conceitos de ensino-aprendizagem, e o professor necessita compreender que esta ação é uma estratégia. O tutor estimula o pensar a partir de realidades entendendo aprendizagem como estratégia de ensino, e não um trabalho onde o acadêmico apresenta o que já sabe. Percebemos que a tarefa de construir articulações dos conhecimentos exige (re)orientações conceituais sobre os pressupostos da formação e aprendizagem, e saúde-doença. Os momentos de discussão facilitam a compreensão da formação para além do ensino técnico, e exige reflexão e entendimento sobre os pressupostos que nos sustentam. Os professores têm conseguido reconhecer estas dificuldades e as possibilidades para enfrentá-las, identificando a necessidade de mais momentos de capacitação/discussão sobre o fazer/ser. Esta ação efetiva assumir o compromisso através de ações, com uma formação crítica/reflexiva, pautada na compreensão da integralidade. Palavras Chaves: Aprendizagem, Formação crítica/reflexiva, Integralidade.