Resumo

Introdução:Este trabalho foi desenvolvido por residentes do curso de Especialização Multiprofissional em Saúde da Família nos Moldes da Residência. O campo de prática foi um Centro de Saúde localizado no município do Rio de Janeiro, no qual existem oito equipes da Estratégia Saúde da Família. Ao se integrarem a uma dessas equipes, a equipe PCC, despertou-se o interesse por uma maior compreensão de seu processo de trabalho. Objetivos: Conhecer as características da demanda livre e organizada; identificar de que forma a equipe PCC organiza seu processo de trabalho; identificar a repercussão da demanda livre sobre o processo de trabalho dessa equipe e gerar subsídios a partir dos dados coletados para que a mesma faça ponderações sobre seu processo de trabalho. Método: estudo exploratório realizado através da observação participante, dados secundários sobre a livre demanda e a utilização de um instrumento de coleta de dados da demanda organizada. A coleta de dados foi feita durante 20 dias não consecutivos. Esses dados foram apresentados e analisados junto aos profissionais. Resultados: os motivos de procura mais prevalentes assemelham-se a outros estudos de demanda em ambulatório e demonstram uma característica comum na Atenção Básica. Do total de 357 atendimentos, 66,4% são oriundos da demanda livre. O profissional médico possui maior número de atendimentos no geral, excluindo-se as consultas de preventivo, que são priorizadas no atendimento do enfermeiro. A demanda livre está concentrada nos grupos de adultos e crianças, já na demanda organizada se priorizam os programas de Saúde da Mulher e da Criança. A discussão dos dados foi dividida três categorias: território e educação em saúde; acolhimento e organização do processo de trabalho. Conclusão: a partir das discussões deste trabalho um tema que merece destaque é o do acolhimento no que se refere à organização da demanda espontânea e o pronto atendimento. Existe a necessidade da equipe criar uma concepção comum sobre acolhimento, o desafio de conhecer a demanda da população, pensar novas formas de fluxo e criar estratégias de corresponsabilização dos usuários. Percebe-se, além disso, a existência de um espaço coletivo interno de discussão propício para estas reflexões, a reunião de equipe, assim como observamos um potencial criativo da equipe de saúde, no sentido de orientar outra forma de organizar o trabalho.