Poster (Painel)
673-2 | A INSERÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NO CAMPO DA SAÚDE PUBLICA | Autores: | Maristela Cavalheiro Tamborindeguy França (GHC - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO) ; Ananyr Porto Fajardo (GHC - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO) ; Marcio Pezzini França (GHC - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO) |
Resumo A Fonoaudiologia repetiu por décadas uma formação voltada ao modelo clínico médico, de centralização do conhecimento, baseada na saúde como ausência de doença. Assim, o processo de atenção era curativo e de reabilitação, o que se engajava ao cenário hospitalocêntrico, de formação especializada, focada na atenção individual, ação cirúrgica e medicamentosa. Mas, de maneira contraditória, a busca pela formação profissional em áreas de interface levou o fonoaudiólogo a um diálogo mais elaborado, investigativo e criativo com outros profissionais da saúde e educação. As trocas mesclavam o empirismo e o cientificismo, tendo como fim atender determinadas demandas de ordem clínica ou investigativa. Assim, a Fonoaudiologia se inseriu nos campos de trabalho conquistando espaço em programas de pós-graduação de áreas afins (medicina, odontologia, letras, saúde coletiva, psicologia, educação), o que levou a uma aceleração a construção do conhecimento, bem como, o reconhecimento de sua parcela de colaboração e responsabilidade na esfera social e científica. Diante das propostas e diretrizes do Sistema Único de Saúde, que defendem a necessidade de pensar o trabalho em equipe multiprofissional com vistas à interdisciplinaridade, os profissionais que acreditam que a atuação interdisciplinar se constitui na melhor forma de abordar os problemas de saúde precisam, cotidianamente, inventar e reinventar modos de atuar interdisciplinarmente. Assim, houve consequentes modificações no mercado de trabalho, na formação acadêmica e no investimento em pesquisa para a Fonoaudiologia. Nessa esteira foram criados programas políticos ministeriais, tais como o da Saúde Auditiva e da Fissura Labiopalatina (alterações crânios-faciais) que, ao lado da ampliação da atenção básica e a inserção de equipes multiprofissionais na política de Saúde da Família, na instalação dos NASF, estabelecem um novo paradigma de atenção à saúde baseado na interdisciplinaridade e na descentralização do conhecimento. Além desses, as residências multiprofissionais e em área profissional da saúde, iniciaram programas em diversas linhas de atenção com a presença de residentes fonoaudiólogos. O caminho trilhado pela Fonoaudiologia é um entrelaçamento de experiências associadas aos fatos sociais da saúde, de modo que a formação do fonoaudiólogo deve cada vez mais integrar-se com o trabalho desenvolvido no SUS, desde a graduação e afirmando-se em oportunidades como a Residência Multiprofissional em Saúde.
Palavras-chave: FONOAUDIOLOGIA, RESIDENCIA MULTIPROFISSIONAL, SAÚDE PÚBLICA |