Resumo

A falta de Acesso à Saúde Bucal causa a escassez de cobertura à população. Tal desafio está colocado para o SUS, através das “Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal” - DPNSB, e para a “Saúde Bucal Coletiva”. Esta pesquisa tem por objetivo conhecer as dissonâncias e consonâncias em relação ao acesso à Saúde Bucal, a partir do olhar dos dentistas inseridos na Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública/RS, sobre seu processo cotidiano de trabalho e as DPNSB, em relação à ampliação do acesso. Assim, serão apresentadas algumas das reflexões quanto à articulação da práxis em Saúde Bucal, considerando a diversidade, a complexidade e as potencialidades apontadas nos relatos analisados e recolhidos por meio de entrevistas. Discutiremos o acesso em três categorias: condições de trabalho no Centro de Saúde Murialdo; qualidade da atenção; e concepções de cuidado, a partir das tecnologias leve, leve-dura e dura. A residência se mostra potente no exercício de criar e refletir sobre as mudanças necessárias nas práticas cotidianas de saúde, para estarem em consonância com as DPNSB. O acesso que temos constituído não garante integralidade nem resolutividade, como preconizado pelas DPNSB, principalmente devido aos problemas de ordem dura como a precariedade na manutenção de equipamentos por falta de sustentação financeira e/ou organizacional, burocrática e obstaculizante no sistema e na sua organização, falta de rede de referência e contra-referência, dificultando a longitudinalidade no cuidado à saúde bucal.