9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:643-1


Poster (Painel)
643-1ACOLHIMENTO OU RECEPÇÃO: OBSERVANDO A PORTA DE ENTRADA DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Autores:Paola Oliveira Dias (ENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio AroucaENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio AroucaENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio AroucaENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio Arouca) ; Cyntia Amorim Guerra (ENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio AroucaENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio Arouca) ; Kelly Cristine Oliveira Gonzaga (ENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio AroucaENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio AroucaENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio Arouca) ; Letícia de Castro Rajo Cerdeira (ENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio Arouca) ; Maria Alice Pessanha Carvalho (ENSP - Escola Nacional de Saude Publica Sergio Arouca) ; Marta Trabbold (ESF SERENO, PAZ E FÉ - EStrategia Saude da Familia Sereno, PAz e Fé)

Resumo

Acolher é um modo de operar o processo de trabalho visando atender quem procura o serviço de saúde, ouvindo suas queixas e pactuando respostas adequadas. Implica prestar atendimento com resolutividade e quando necessário encaminhar para outros serviços para continua assistência. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi incrementada com o acolhimento, estabelecendo vínculo, laços de compromisso e co-responsabilidade entre os profissionais de saúde e população. Objetivando avaliar o acolhimento enquanto uma ferramenta facilitadora do processo de trabalho na Unidade de Saúde da Família (USF) Sereno, Paz e Fé, realizou-se um estudo exploratório, utilizando a técnica de observação participante. O papel desempenhado pela equipe de residentes ENSP/FIOCRUZ na USF durante a coleta de dados, oscilou entre observador e participante. Elaborou-se uma escala para observação do acolhimento em dias diversos. No primeiro momento de investigação, observou-se ativa e diretamente os sujeitos e o local do fenômeno. Na USF o acolhimento é um local (recepção) com hora e profissional especifico. É elaborada uma escala mensal, onde apenas os ACS e as técnicas de enfermagem são escalados para essa função. Não existe uma equipe sendo o ACS responsável, por “acolher”, encaminhar e responder os problemas apresentados, além de desempenhar as funções administrativas. Por ser o espaço da recepção, o local dificulta a escuta qualificada e o compartilhamento de saberes. O foco ainda é a doença e os procedimentos e não os sujeitos e suas necessidades. Deste modo há pouca diferenciação das práticas das unidades básicas de saúde, pois se constitui como uma etapa do processo de trabalho e não como uma ação que deve ocorrer em todos os locais e momentos do serviço de saúde. Pode-se constatar-se que na USF houve uma mudança do nome e não nas práticas de saúde, pois colocar em ação o acolhimento requer uma nova atitude no fazer saúde. Necessita de uma organização do processo de trabalho que permita a reflexão e a problematização para que a equipe de saúde da família se aproprie desse espaço. Observou-se que há acolhimento em outros momentos, como nas consultas e visitas domiciliares, não sendo compreendido como tal, pelo ato de acolher ainda ser um local arraigado as práticas e formações profissionais. A equipe da USF sabe conceituar o acolhimento, porém existe dificuldade em prática-lo de forma efetiva por diversos aspectos locais da gestão da ESF no município do Rio de Janeiro.


Palavras-chave:  Acolhimento, Saúde da Familia