641-1 | Gestão Participativa e Educação Permanente como dispositivos para uma Transição Tecnológica no Processo Produtivo da Gestão da Rede Própria da SES-BA – Relato de uma experiência. | Autores: | Joao André Santos de Oliveira (FESF-SUS - Fundaçao Estatal Saúde da Família) ; Leandro Dominguez Barretto (FESF-SUS - Fundaçao Estatal Saúde da Família) ; Ana Cristina Oliveira Guimarães (SESAB - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia) |
Resumo Em 2007 iniciou-se uma gestão democrática e popular no Governo da Bahia, contrapondo-se às diretrizes que predominaram nos últimos 40 anos neste estado. Na saúde, esta mudança gera um estímulo a processos de gestão mais democráticos e participativos na SES-BA, instituição marcada por uma organização centralizada, vertical e altamente burocratizada. Os trabalhadores apresentavam uma marcada divisão entre os “técnicos” – envolvidos com as ações operacionais – e os “políticos” – responsáveis pelo processo decisório. Fundamentada na Teoria da Micropolítica do Trabalho Vivo na Saúde, a Diretoria da Rede Hospitalar e Especializada sob Gestão Direta (DIRPGD), decide por um modelo de gestão colegiado orientado para uma transição tecnológica – do predomínio das tecnologias duras e do trabalho morto, para um predomínio das tecnologias leves e do trabalho vivo em ato – transformando relações instrumentais no trabalho em relações dialógicas. Para tanto, aposta na centralidade da Educação Permanente como dispositivo para mudança deste modelo. Os espaços de gestão colegiada, criados com o intuito de ampliar a participação dos trabalhadores, foram transversalizados pela lógica da educação permanente, onde cada momento de decisão ou de operacionalização de uma agenda transformava-se também em momentos de reflexão – a respeito das práticas, teorias e conceitos – sobre as práticas instituídas e instituíntes, com intencionalidade de transformação, a partir do cotidiano do trabalho na gestão e do saber dos trabalhadores. No decorrer de dois anos, houve adesão dos trabalhadores à constituição de equipes de apoio institucional às unidades de saúde e considerável grau de satisfação dos mesmos, relacionado ao aprendizado adquirido e às relações mais horizontais estabelecidas entre os antigos “técnicos” – agora, Apoiadores Institucionais – com a Direção. Observou-se ainda, um aumento do grau de autonomia e de apropriação destes trabalhadores sobre seu objeto do trabalho nesta Diretoria. Esta experiência sugere que é potente apostar no encontro dialógico entre trabalhadores e nas reflexões sobre o cotidiano do trabalho, como forma de produzir mudanças, que revelam sujeitos, que produzem mudanças... em um processo vivo, em ato. Palavras-chave: Trabalho vivo, Educação Permanente, Gestão Participativa |