Poster (Painel)
627-1 | Formação profissional e Serviços de Saúde Mental no SUS: estudo sobre a inserção de egressos do Curso de Terapia Ocupacional da FMUSP. | Autores: | Elisabete Ferreira Mangia (FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) ; Melissa Muramoto (FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) ; Valdir Pierote Silva (FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) ; Ana Lucia Marinho Marques (FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) |
Resumo Introdução: A implementação das redes de serviços de saúde mental configura-se como processo complexo que coloca exigências para o ensino de graduação. O curso de Terapia Ocupacional da FMUSP implementou mudanças curriculares tendo em vista a formação de profissionais comprometidos e capazes de compreender e lidar com as exigências teóricas e técnicas da atenção e da reabilitação psicossocial de pessoas com transtornos mentais. Tal projeto é composto por um grupo de disciplinas teóricas e práticas que buscam atingir as metas mais significativas da política de saúde mental.
Objetivos: Conhecer, caracterizar e analisar a inserção de egressos em serviços e/ou projetos de saúde mental no contexto do SUS e analisar a adequação entre a formação e as exigências para a atuação profissional colocadas pelos novos serviços e/ou projetos de saúde mental.
Método: Pesquisa qualitativa baseada em procedimentos da etnometodologia consistiu na aplicação de questionários e realização de grupos focais, ao longo do segundo semestre de 2009, com egressos inseridos em serviços públicos de saúde mental.
Resultados: dados obtidos demonstram que os egressos: conseguem inserção em serviços de saúde mental nos primeiros 6 meses de formados; buscam principalmente cursos de especialização e/ou aprimoramento; vivenciam grande rotatividade em serviços novos; relatam que tais serviços são heterogêneos em relação à organização, processo de trabalho, estrutura, gestão e objetivos assistenciais; são convocados ao desempenho de tarefas de planejamento e gestão sem que disponham de experiência e maturidade; relatam que os serviços são implantados sem um processo formativo e de gestão consistentes, enfrentam um cenário repleto de conflitos técnicos e teóricos que expressam dificuldades presentes no processo de mudança no campo da saúde mental.
Conclusões: os novos cenários exigem novas competências profissionais não previstas na graduação; qualificação e formação permanente; mudanças na formação oferecida pela graduação especialmente nos campos da atenção básica, dependência química e alcoolismo. Há falta de formação para o trabalho em equipe e para a gestão e modelagem de serviços. Os jovens profissionais necessitam de respaldo institucional pois são os protagonistas das mudanças propostas pela Política de Saúde Mental.
Palavras-chave: saude mental, ensino graduação, terapia ocupacional |