Resumo

INTRODUÇÃO: A Política Nacional de Humanização (PNH) surge com o propósito de proporcionar mudanças no âmbito da saúde, objetivando a integração entre profissionais e usuários. Baseia-se no Paradigma holístico em saúde que direciona a formação profissional para transformações no modo de pensar, de tratar e agir em relação ao usuário, a equipe de trabalho e aos familiares dos assistidos pelo Sistema Único de Saúde. Dentre as diretrizes da PNH, o Acolhimento, como estratégia de Humanização, dá ênfase a um cuidar mais humano e solidário, possibilitando melhorar o vínculo do usuário com os profissionais e, simultaneamente, a responsabilização dos profissionais para com ele. OBJETIVO: Averiguar o conhecimento dos enfermeiros sobre a PNH, destacando a concepção sobre o acolhimento; e associar ao nível de capacitação profissional para a execução da prática do Acolhimento. MÉTODOS: Pesquisa com abordagem quanti-qualitativa, da qual participaram 20 enfermeiros atuantes nas Unidades Básicas de Saúde de Campina Grande/PB que aceitaram participar do estudo. O instrumento de coleta foi um questionário contendo variáveis sócio-demográficas, e questões sobre a PNH e o acolhimento. Utilizou-se a estatística descritiva para analisar as questões objetivas, e a Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977) para as questões subjetivas. RESULTADOS: Contatou-se que a 55% dos enfermeiros possui cursos em nível de pós-graduação e apenas 40% já receberam algum tipo de treinamento relativo à temática da humanização e do acolhimento. Constatou-se que 70% dos entrevistados afirmam ter conhecimento sobre a PNH e 90% afirmam se interessarem pela prática do acolhimento. Os enfermeiros apresentam uma concepção de acolhimento correlacionada com as seguintes categorias: receber bem, ouvir e poder de resolutividade, mesmo sem saber defini-los com precisão, mostrando-se preocupados e interessados pela temática, sugerindo, como principal intervenção, uma maior capacitação profissional. CONCLUSÃO: Os dados elencados nesse estudo chamam a atenção para a necessidade de continuar o investimento em Educação Permanente dos enfermeiros, devido ao pouco conhecimento demonstrado acerca do acolhimento. Como também, na organização de ações de regulação, controle e avaliação do trabalho junto aos profissionais, com vistas a estimular mudanças nas práticas de integração com os usuários, auxiliando assim na implantação do acolhimento no Sistema Municipal de Saúde.