603-1 | A Inflexão das Agências Internacionais sobre a Formação de Trabalhadores de Saúde: Um estudo de caso sobre a Organização Mundial da Saúde | Autores: | Gustavo Correa Matta (EPSJV/FIOCRUZ - Esacola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - FIOCRUZ) ; Arlinda Barbosa Moreno (EPSJV/FIOCRUZ - Esacola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - FIOCRUZ) ; Ruben Araujo de Mattos (IMS/UERJ - Instituto de Medicina Social - UERJ) ; Camila Furlanetti Borges (EPSJV/FIOCRUZ - Esacola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - FIOCRUZ) ; Catia Cristina Martins de Oliveira (EPSJV/FIOCRUZ - Esacola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - FIOCRUZ) ; Carlos Maurício Guimarães Barreto (EPSJV/FIOCRUZ - Esacola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - FIOCRUZ) ; Sylvia Lima (EPSJV/FIOCRUZ - Esacola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - FIOCRUZ) ; Helena David (FE/UERJ - Faculdade de Enfermagem - UERJ) |
Resumo Introdução: A formação de trabalhadores para os sistemas nacionais de saúde, tem sido alvo da formulação de recomendações pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2003, resultando em temática privilegiada no Relatório Mundial da Saúde de 2006 (RMS 2006). Observa-se um incremento de cooperações internacionais envolvendo a qualificação da força de trabalho nos países pobres e em desenvolvimento. No RMS 2006, a OMS faz um levantamento da força de trabalho em saúde (FTS) no mundo, a identificação dos principais problemas e desafios, e faz recomendações para a gestão e formação de trabalhadores para a saúde.
Objetivo: Analisar as políticas de formação de trabalhadores de saúde propostas pela OMS no período de 2003 a 2006. Metodologia: A partir de uma perspectiva construcionista, foi realizada uma pesquisa documental e bibliográfica, identificando as relações entre processos de globalização e saúde, tomando como foco a política de formação profissional em saúde da OMS durante o período de 2003 à 2006.
Resultados: As relações entre trabalho, educação e saúde são condensadas na noção de capital humano,sem levar em consideração a diversidade dos sistemas educacionais e sanitários. A formação de trabalhadores em saúde parece prescindir de uma análise do nível de escolaridade em relação a formação almejada. É clara a divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual, fundada no modelo pedagógico de currículo por competências, produzindo conhecimentos e atitudes que visam a adaptação dos trabalhadores às ações verticais em saúde. As tecnologias de ensino à distância e de baixo custo são incentivadas e mostram claramente a opção por formações abreviadas, depositando um lugar de destaque à supervisão, seguindo o modelo fordista de produção. A reestruturação produtiva e precarização do trabalho são tematizadas como determinantes da crise da FTS, mas não tornam-se objeto de crítica nos documentos. A OMS lança mão de políticas globais que identificam uma arena transnacional, sem identidade, onde os principais atores-mediadores da relação entre os Estados são organizações transnacionais, que impõem uma ordem política, econômica e cultural hegemônica.
Conclusão: Apesar da preocupação com a escassez da FTS adequada, as recomendações se voltam para os países pobres e em desenvolvimento. Portanto, como nas políticas de saúde globais, o alvo é a possibilidade dos países desenvolvidos e organismos internacionais, influir hegemonicamente na gestão e educação da FTS. Palavras-chave: Formação Profissional, Organismos Internacionais, Organização Mundial da Saúde |