Resumo

Para que o controle social seja efetivado e reconhecido, destaca-se a importância de compreender a lei nº 8.080/90 que afirma que é dever do Estado garantir a saúde da população, mas também das pessoas, das famílias, das empresas e da sociedade. Dessa forma, a participação ativa e consciente de cada cidadão, ou seja, o exercício do poder deve se dar por meio democrático sendo fundamental que a sociedade contribua para que o SUS funcione, produzindo saúde e qualidade de vida para todas as pessoas. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde devem ter por base e finalidade, a participação da sociedade na promoção e exercício de uma democracia participativa. Assim, o Controle Social vem por meio das Conferências e dos Conselhos expressar seu objetivo central que é atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos sociais, econômicos e financeiros. Ao constatarmos que todos devem participar do Controle Social, inclusive os estudantes da área da saúde, iniciou-se na Universidade de Santa Cruz do Sul, um movimento de participação nesses espaços que começou em 2005 com o VER-SUS/BRASIL, continua em 2007 com o VER-SUS/Extensão: Vivências em Educação Popular no SUS (VEPOP-SUS) e permanece até os dias de hoje com o Grupo de Estudos e Trabalhos em Saúde Coletiva-GETESC. Nessa trajetória destacamos a participação de vários Coletivos Estudantis de Saúde do Rio Grande do Sul nas Conferências de Saúde do RS em 2007, conseguindo indicar duas estudantes delegadas para a 13ª Conferência Nacional de Saúde em Brasília. Dessa vivência, consideramos como efeitos alcançados maior participação dos estudantes da saúde da UNISC no Controle Social, articulação com outros Coletivos Estudantis de Saúde, um empoderamento dos estudantes para propor mudanças na formação e participar desses espaços de mudança. Esta experiência contribui para uma reflexão das práticas e do ensino nesta área, proporciona uma discussão e questionamentos que trazem melhorias para os serviços de saúde. A participação no conselho de saúde possibilitou um trabalho inovador, que articula o movimento estudantil com docentes e trabalhadores de saúde na busca por uma formação voltada para a integralidade e para a humanização na atenção à saúde. Como recomendações destacamos que ainda é um desafio a participação de usuários (por falta de informação e conhecimento do SUS) e de trabalhadores da saúde (por receio de expor a realidade e sofrer represálias).