Resumo

CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: As expectativas dos acadêmicos de enfermagem relacionadas ao estabelecimento do primeiro contato com o portador de transtorno mental no campo prático, revelam-se drasticamente influenciadas por questões relacionadas à estigmatização das representações sociais da loucura, impregnadas no imaginário dos acadêmicos e manifestadas no discurso dos mesmos. Neste contexto, considerando que a interação entre monitor e acadêmico deve se firmar no intuito de auxiliar na formação, subsidiando a incorporação de métodos dinâmicos e eficazes, que permitam a superação dos anseios e o alcance de resultados positivos, relatamos no presente trabalho o papel desempenhado pelo monitor na desconstrução dos estigmas que permeiam o imaginário dos acadêmicos com relação aos portadores de transtorno mental. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Relato acerca das atividades realizadas no Programa de Monitoria em Saúde Mental, na disciplina Concepções Saberes e Práticas do Cuidar em Saúde Mental, ministrada no 6º período do curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura, da Universidade Federal Fluminense no ano de 2009. O ensino teórico-prático foi realizado no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba (HPJ), Niterói-RJ, onde os acadêmicos, divididos em todos os setores do HPJ e acompanhados pelos monitores, preceptores e professores desenvolveram suas atividades durante o período de três semanas, em cada um dos semestres letivos. EFEITOS ALCANÇADOS: Foi percebido que o acadêmico de enfermagem entra no campo prático manifestando medos e muitas dúvidas relacionadas a este primeiro encontro com a psicose, à abordagem dos pacientes e à dinâmica das atividades. Finalizado o período de ensino teórico-prático, os acadêmicos referiram que o monitor, ao relatar a eles suas vivências no campo, acompanhando-os e auxiliando-os na abordagem e esclarecendo questões relacionadas à dinâmica do serviço, contribuiu para a desconstrução de estigmas presentes no imaginário dos mesmos, desmistificando a loucura. RECOMENDAÇÕES: A desmistificação da loucura se faz importante na medida em que os acadêmicos conseguem perceber o doente mental como sujeito possuidor de limitações e necessidades terapêuticas singulares, acolhimento e condições que lhe permitam o resgate de sua cidadania e autonomia. Recomendamos então que, no ensino da enfermagem psiquiátrica, em especial no campo prático, seja possibilitada esta rica troca de experiências e conhecimentos entre monitor e acadêmico.