9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:580-1



580-1O PERFIL DO ESCORPIONISMO EM MUNICÍPIOS DA BAHIA E A EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ANIMAIS PEÇONHENTOS DO LAPH-UEFS: AÇÕES EM EDUCAÇÃO E SAÚDE COMO PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA O SUS
Autores:Daniela Caffé de Oliveira (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana) ; André Luis Gomes de Matos (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana) ; Flaviane Santos de Souza (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana) ; Ilka Biondi (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana)

Resumo

No Brasil, acidentes por animais peçonhentos tornaram-se uma emergência médica e um problema de saúde pública devido à sua morbidade e mortalidade. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2007 foram registrados 23.710 acidentes em humanos em todo o Brasil, através de animais peçonhentos, entre serpentes com 5.000 casos, escorpiões com 7.903 casos, aranhas com 4.677 casos e outros animais peçonhentos com 6.130 casos. Na região Nordeste foram registrados 7.587 acidentes em humanos com 252 óbitos, sendo 86 óbitos só na Bahia. No caso específico do escorpionismo, confirma-se que durante o período de 2000-2008 ocorreram 422 óbitos no Brasil, sendo que 140 óbitos (33,17%) ocorreram na Bahia. Estes dados elevam o estado da Bahia para o segundo lugar no Brasil em número de óbitos. Com o objetivo de estudar os agravos à saúde provocados por escorpiões, o Laboratório de Animais Peçonhentos e Herpetologia (LAPH) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) vem realizando há 21 anos um trabalho permanente através do Programa Institucional Animais Peçonhentos e Herpetologia: Artrópodes peçonhentos e Herpetologia no Estado da Bahia desenvolvendo atividades em educação e saúde na linha Epidemiologia dos Acidentes por Animais Peçonhentos. Os resultados nos proporcionaram um maior conhecimento do número crescente de notificações e óbitos ocorridos por animais peçonhentos no estado da Bahia. No município de Feira de Santana realizamos ações sistemáticas em 22 bairros através de coleta de escorpiões, palestras em escolas, associações de bairro, distribuição de folhetos informativos. No Campus da UEFS, estudo sobre impacto ambiental causado por novas edificações identificou sua degradação e consequentemente à urbanização de escorpiões em salas de aula, creche, demais setores, além de ações educativas com palestras e cursos sobre educação e saúde. Em 38 municípios da Bahia que tiveram a intervenção do LAPH, somente o município de Ruy Barbosa solicitou a implantação do Programa Animais Peçonhentos, cujos resultados foram: formação em recursos humanos através de treinamento básico de médicos, enfermeiros e agentes de saúde no tratamento e reconhecimento dos acidentes por animais peçonhentos; a qualificação de um médico e uma sanitarista em curso de especialização com o estudo sobre “Acidentes por animais peçonhentos no município de Ruy Barbosa”. Os resultados alcançados indicam a necessidade de implantar o Programa Animais Peçonhentos em outros municípios da Bahia.


Palavras-chave:  Educação e Saúde, SUS, Escorpionismo